Morador tenta conter onça com as próprias mãos para proteger crianças de creche e leva a pior

O animal foi avistado por moradores por volta das 10h e passou o dia circulando por quintais e ruas da comunidade.

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Um morador do distrito de Extrema, em Porto Velho (RO), ficou ferido ao tentar impedir que uma onça-pintada seguisse em direção a uma creche, na manhã de segunda-feira (22). O animal foi avistado por moradores por volta das 10h e passou o dia circulando por quintais e ruas da comunidade.

Segundo o Ibama, o ferimento foi leve e a vítima recebeu atendimento médico. O felino só foi capturado na manhã seguinte, após uma operação de resgate.

Nardeli dos Santos Silva, morador local, contou que tentou conter o animal, ao notar sua aproximação da escola. Em relato à Rede Amazônica, descreveu o tumulto provocado pela presença da onça: “Ela estava nessa casa aqui, mas o movimento de gente a deixou agitada. Pulou a janela e saiu em direção à creche, quando fui tentar contê-la”. O homem acabou atingido pelas garras, mas passa bem.

Captura do Ibama e encaminhamento ao Cetas

A ação de captura, coordenada pelo Ibama, durou cerca de 10 horas. Agentes monitoraram o felino ao longo do dia até que fosse possível sedá-lo em segurança. “Apesar do susto, a operação foi concluída com êxito, preservando a vida da onça e devolvendo a tranquilidade à comunidade”, informou o órgão em nota. Após a contenção, o animal foi levado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para avaliação veterinária.

O Ibama também destacou fatores ambientais que explicam a aproximação do felino à área urbana. O distrito de Extrema é cercado por floresta e terras indígenas, e a destruição de habitat, agravada pelos incêndios florestais, pode levar os animais a buscar abrigo e alimento em regiões povoadas. Vídeos gravados por moradores mostraram a onça deitada e visivelmente exausta durante parte do dia.

Próximos passos e monitoramento do caso

Após os exames no Cetas, a onça deve ser devolvida à floresta em local seguro e distante do distrito. A operação contou com o apoio da Polícia Militar, técnicos ambientais e moradores, que ajudaram a isolar áreas de risco até a chegada da equipe de resgate. O caso segue em acompanhamento pelos órgãos ambientais, que orientam a população a acionar imediatamente as autoridades em caso de novos avistamentos.