Cenas da barbárie: tortura e execução de três jovens transmitidas ao vivo expõem rede de tráfico internacional

As autoridades afirmam que elas foram torturadas e assassinadas, e que a violência foi transmitida ao vivo na rede social.

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Três jovens — Brenda del Castillo e Morena Verdi, de 20 anos, e Lara Gutiérrez, de 15 — foram encontradas mortas em uma casa de Florencio Varela, na Grande Buenos Aires. As autoridades afirmam que elas foram torturadas e assassinadas, e que a violência foi transmitida ao vivo em um grupo fechado do Instagram com cerca de 45 participantes. O caso, mantido sob segredo de Justiça, já resultou em 12 prisões e levanta suspeitas de ligação direta com o tráfico de drogas na região.

Segundo o ministro da Segurança da Província, Javier Alonso, o crime teve caráter de intimidação. O suposto mandante, identificado como Little J ou Julito, teria ordenado a execução como castigo por roubo de drogas. As vítimas, atraídas sob falso convite, teriam ido voluntariamente ao local, onde foram surpreendidas.

Prisões e hipóteses investigadas

Na primeira ação policial, quatro pessoas foram detidas enquanto tentavam limpar a cena do crime, marcada por sangue, cheiro de cloro e sinais de ocultação. Posteriormente, outras oito prisões ocorreram, entre elas jovens de 18 a 28 anos, incluindo dois peruanos. A principal linha de investigação aponta que o comando partiu de um traficante foragido de origem peruana, que controlaria pontos de venda na periferia da capital argentina.

As jovens haviam sido vistas pela última vez em 19 de setembro, ao entrarem em um Chevrolet Tracker branco. Elas teriam aceitado cerca de 300 dólares cada para participar de um suposto evento. O rastreio de celulares levou a polícia até o subsolo da casa onde os corpos foram achados, desmembrados e com sinais de tortura, incluindo amputações. Uma das linhas investigadas é que uma das vítimas teria retido drogas e dinheiro, o que pode ter motivado a vingança.

Dor e pedidos de justiça

A tragédia gerou revolta em Buenos Aires e mobilizou familiares das vítimas. A mãe de Brenda, Paula, emocionada, declarou em entrevista: “Mataram minha filha. Quero justiça, que todos paguem. Nenhuma dessas meninas merecia esse fim”. Ela exigiu punição a todos os envolvidos, enquanto a Promotoria segue em busca de identificar a cadeia de comando e responsabilizar os integrantes do grupo que assistiu e participou da transmissão macabra.