Vereadora que já brigou em plenário agora defende violência contra a mulher e pode responder criminalmente

O Ministério Público do Amazonas também informou que adotará providências legais.

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A vereadora Elizabeth Maciel (Republicanos-AM), conhecida como Betinha, provocou revolta ao afirmar em sessão da Câmara Municipal de Borba que “é a favor da violência contra a mulher” e que “tem mulher que merece apanhar”. As declarações, feitas na segunda-feira (29), repercutiram imediatamente e levaram a Polícia Civil a abrir investigação. O Ministério Público do Amazonas também informou que adotará providências legais. Diante da pressão, a parlamentar divulgou vídeo pedindo desculpas e reconhecendo que usou palavras “infelizes e inadequadas”.

As falas ocorreram quando ela defendia o vereador Pedro Paz (União Brasil), acusado pela vereadora Professora Jéssica (Democracia Cristã) de tê-la intimidado em uma sessão anterior. Betinha ainda insinuou que algumas mulheres simulam agressões para prejudicar homens. Questionado, o diretório estadual do Republicanos não se manifestou sobre o caso.

Reações e providências

A Câmara Municipal de Borba divulgou nota oficial repudiando as declarações, classificando-as como incompatíveis com os princípios de respeito e dignidade que a Casa deve representar. A Prefeitura também condenou as falas e reforçou compromisso com a proteção feminina. Segundo a Polícia Civil, Betinha poderá responder criminalmente. O MPAM declarou que o promotor da comarca avaliará as medidas cabíveis.

Em retratação publicada nas redes sociais, a vereadora disse não ter intenção de justificar violência e garantiu que o episódio servirá de reflexão. “Peço perdão a todas as mulheres que se sentiram ofendidas”, afirmou, prometendo mais responsabilidade em futuras manifestações.

Histórico de polêmicas

A vereadora já esteve envolvida em outro episódio marcante: em 2012, trocou agressões com a então colega Yolanda Andrade (PCdoB) durante uma sessão transmitida pela TV Câmara. O caso terminou em registro de ocorrência e exames de corpo de delito. Agora, mais de uma década depois, Betinha volta a ser alvo de críticas, repúdio público e de apuração formal pelas autoridades.