Antes de receber a confirmação de que estava com demência por corpos de Lewy (DCL), Milton Nascimento já lidava com sintomas que preocupavam a família e amigos próximos. Aos 82 anos, o cantor começou a apresentar quatro sinais: lapsos de memória, falta de apetite, comportamento incomum de manter o olhar fixo em um ponto, além de repetir histórias em curtos intervalos de tempo.
Essas mudanças se tornaram mais evidentes após o desfile da Portela e o lançamento de seu documentário. O filho e empresário, Augusto Nascimento, percebeu que as atitudes não correspondiam ao padrão de comportamento do pai. A preocupação fez com que buscasse o auxílio do médico Weverton Siqueira, que acompanha Milton há uma década.
Exames identificaram a demência
Em abril, o artista foi submetido a uma bateria de testes cognitivos que avaliaram áreas como atenção, linguagem, cálculo e orientação espacial. Os resultados mostraram alterações significativas. “Pela primeira vez em uma década, fiquei assustado com o declínio cognitivo do músico”, relatou o médico ao observar a evolução dos sintomas.
Apesar das dificuldades, Milton se manteve próximo da família e buscou experiências que trouxessem bem-estar. Em maio, viajou com o filho para os Estados Unidos, onde assistiu a um show de Paul Simon e percorreu mais de 4 mil quilômetros em um motorhome, cruzando cinco estados norte-americanos em uma jornada de 16 dias.
Detalhes sobre a doença
O diagnóstico definitivo trouxe explicações para os sinais que vinham sendo notados. A DCL é caracterizada pela presença de corpos de Lewy, depósitos de proteína que afetam as células nervosas do cérebro. A condição reúne aspectos de doenças como Alzheimer e Parkinson, justificando os sintomas que Milton já sentia antes mesmo de saber com clareza o que enfrentava.
