O consumo de bebidas adulteradas esconde um perigo grave e, por vezes, letal, especialmente porque o metanol, usado de forma ilícita, não modifica o gosto nem o aroma do líquido. Em resposta a essa ameaça, o Ministério da Saúde (MS) está reforçando a segurança hospitalar. Até a última quarta-feira, o Brasil registrou 59 casos de suspeita de intoxicação por metanol. Destes, 11 já tiveram a presença da substância confirmada por laboratório.
Devido à seriedade da situação — agravada pela confirmação de oito mortes em São Paulo e Pernambuco relacionadas ao consumo dessas bebidas — o MS agiu preventivamente. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que foi criado um estoque de emergência de etanol farmacêutico em hospitais federais universitários e que o governo adquiriu 4.300 ampolas do antídoto para serem distribuídas nacionalmente.
Câmara acelera projeto que torna hediondo crime de adulteração
A repercussão do caso também chegou ao Congresso, onde a Câmara dos Deputados acelerou a análise de um projeto de lei que prevê tornar hediondo o crime de adulteração de bebidas alcoólicas e alimentos.
Atenção a rótulos, selos e preços muito abaixo do mercado é essencial
A farmacêutica Renata Heinen, coordenadora do curso de Farmácia da Uniabeu, reforçou a importância da atenção do consumidor. Ela destacou que, embora o metanol seja imperceptível ao paladar e ao olfato, a embalagem e o aspecto da bebida podem indicar adulteração. O uso do solvente por fabricantes ilegais é motivado pelo custo mais baixo em comparação ao etanol, o que torna valores muito abaixo do mercado um sinal de alerta. Renata aconselha comprar apenas em estabelecimentos confiáveis, exigir nota fiscal e observar atentamente os detalhes das embalagens.
Entre os sinais de possível falsificação apontados por Renata estão rótulos borrados ou danificados, selos fiscais violados, tampas frouxas ou lacres rompidos, além de alterações no sabor, como gosto excessivamente doce, queimação ou textura diferente.
