O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) está investigando a venda de rifas consideradas ilegais, um escândalo que ganhou novas informações a partir de áudios revelados pelo programa Fantástico (TV Globo). Esses áudios sugerem que a influenciadora Laís Oliveira, supostamente envolvida no esquema junto ao também influenciador Kel Ferreti, teria se referido à venda das rifas como uma estratégia direcionada a pessoas de baixa renda.
“Eu vou falar que esse bilhete vai valer 30 mil hoje, até 00h00. Meu público é um público pobre. Um bilhete de 10k [mil] saindo hoje, todo mundo vai querer achar os outros dois, entendeu? Estratégia, bebê. Só que os outros dois vão ficar bloqueados até amanhã”, disparou.
Qual era a estratégia?
Em um novo trecho gravado, Kel detalhou o mecanismo da fraude: “Esse bilhete aqui vale R$ 10 mil, sendo que a gente reserva o bilhete. Aí, o povo fica comprando enlouquecidamente para achar o bilhete. A gente não dá esse prêmio, entendeu?”.
De acordo com o Ministério Público de Alagoas (MP-AL), a influenciadora Laís Oliveira teria acumulado cerca de R$ 1 milhão entre janeiro e abril de 2024. Este valor teria origem em uma empresa associada ao seu parceiro no golpe. Seu marido e parceiro digital, Eduardo Veloso, recebeu R$ 456 mil no mesmo período.
O casal foi preso em Fortaleza no ano passado, mas recuperou a liberdade em poucos dias. Em entrevista ao Fantástico, a defesa de Laís e Eduardo rejeitou as acusações e afirmou que não teve acesso ao conteúdo das gravações de áudio.
Situação de Kel Ferreti
Enquanto estava detido, Kel Ferreti recebeu uma sentença de 10 anos de prisão pelo crime de abuso sexual. Em agosto deste ano, sua pena foi reduzida para oito anos, e ele foi solto. Atualmente, Ferreti está cumprindo sua pena em regime domiciliar, com autorização para saídas específicas, devido à falta de vagas em presídios de regime semiaberto em Alagoas.
A defesa de Kel Ferreti alega que ele não opera nenhuma plataforma de apostas, limitando sua participação apenas à publicidade. Em relação à condenação por abuso, os advogados negam as acusações e informaram que vão recorrer da decisão judicial.
