A morte de Marcello Victor Carvalho de Araújo, 24 anos, durante a Operação Eclesiastes, da Polícia Federal, em Belém, gerou revolta e pedidos de investigação. Ele foi atingido por disparos dentro do apartamento onde morava com a mãe, escrivã da Polícia Civil, na quarta-feira (8).
A família alega que Marcello foi confundido com Marcelo Pantoja Rabelo, o “Marcelo da Sucata”, preso no local e apontado como líder de um grupo de extermínio no Pará. O Ministério Público Federal instaurou um Procedimento Investigatório Criminal para apurar as circunstâncias do caso e requisitou informações à PF, ao Instituto de Criminalística e ao IML.
Imagens mostram oito agentes fortemente armados entrando no prédio e seguindo até o apartamento. A PF informou que o suspeito resistiu à prisão e foi contido. Já a defesa de “Marcelo da Sucata” afirmou que o inquérito segue sob sigilo e que pedirá a liberdade do cliente. Familiares de Marcello, porém, negam qualquer resistência e afirmam que o jovem foi morto sem motivo, em um endereço que sequer constava no mandado judicial.
MPF apura ação e perícia acompanha caso
A tia da vítima relatou que os policiais arrombaram a porta e atiraram logo após entrarem no imóvel. Segundo ela, o primeiro tiro atingiu o sobrinho no corredor, e, ao tentar se abrigar no quarto, ele foi novamente alvejado. A mãe, ao tentar se identificar como policial civil, teria sido agredida.
A família afirma que Marcello dormia quando o grupo invadiu o local. O MPF confirmou que instaurou o procedimento com base em resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público que tratam de mortes durante ações policiais.
Nota da Polícia Federal
Em nota, a PF reiterou que houve reação à abordagem e que o homem atingido recebeu socorro imediato, mas não resistiu. Parentes rebatem e afirmam que não houve confronto. A avó de Marcello o descreveu como um jovem tranquilo, sem vícios, e exigiu punição: “Queremos justiça. Ele era inocente.” O corpo será velado nesta quinta-feira (9), em Belém.
