Achou que era pelo encravado, mas era um caso raro de câncer

Caso raro em homens somava 6 cm de tumor; especialistas explicam sinais, riscos genéticos e rastreio.

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O músico Rodrigo Fassina, aos 38 anos, percebeu alterações no mamilo direito em 2021 e procurou um médico acreditando ser algo simples. Dias depois, recebeu o diagnóstico de câncer de mama — tipo raro em homens, representando cerca de 1% dos casos segundo o INCA.

Foram encontrados dois nódulos que somavam 6 centímetros. O caso chama atenção para sintomas como caroços, retração do mamilo e dor, que costumam ser ignorados no público masculino.

Diagnóstico e tratamento

Antes do diagnóstico, Fassina consultou um médico que levantou a hipótese de inflamação. “O médico disse que podia ser um pelo encravado que inflamou e se no terceiro dia não melhorasse para eu procurá-lo novamente”, lembra. Ao retornar e buscar uma nova avaliação, veio a suspeita oncológica. Sobre a segunda consulta, ele relata: “[O doutor] apalpou a região e foi quando sentiu que, opa, aquilo não era uma infecção, era um nódulo – pela textura dele, por não ser tão redondinho e bonitinho assim”. A partir daí, foram solicitados exames de imagem e biópsia para confirmação do subtipo tumoral e definição da estratégia terapêutica.

A investigação mostrou que a origem era hereditária. O pai de Fassina também enfrentou câncer e faleceu após metástase no fígado. Especialistas explicam que, enquanto em mulheres apenas 10% dos casos são genéticos, em homens esse número pode chegar a 40%.

Tabu e importância do diagnóstico precoce

Médicos alertam que a falta de informação e o preconceito atrasam o diagnóstico. Os sinais de alerta incluem caroços atrás da aréola, secreções e pele com aspecto de casca de laranja. O uso de hormônios também pode aumentar o risco.

Graças ao diagnóstico rápido e ao tratamento eficaz, Fassina se recupera e reforça o alerta: homens também podem ter câncer de mama, e a atenção aos primeiros sintomas pode salvar vidas.