Um grupo de arqueólogos surpreendeu o mundo ao descobrir, na antiga cidade de Karaman, na Turquia, uma fornada de cinco pães queimados com cerca de 1,3 mil anos. Datados entre os séculos VII e VIII d.C., os pães estavam incrivelmente bem preservados. O detalhe que mais chamou a atenção foi o rosto de Jesus Cristo gravado num deles, acompanhado da inscrição em grego: “Com a nossa gratidão a Jesus Abençoado”.
O estudo, conduzido pela Diretoria do Museu de Karaman, revelou que a inscrição reflete a herança helenística e bizantino-grega da antiga Eirenópolis. Na época, a cidade era um importante centro cristão da região de Isáuria, conhecido por manter tradições litúrgicas em grego.
Pão sagrado ou símbolo eucarístico?
Os especialistas acreditam que esses pães eram utilizados em cerimônias religiosas, provavelmente como pães eucarísticos. Quatro deles exibem marcas em forma de cruz, o que reforça essa hipótese. A Bíblia também traz um paralelo impressionante: em João 6:35, Jesus declara “Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.”
Entre os pães encontrados, um destaca-se pela imagem de Cristo semeando grãos, representação que simboliza a união entre o sustento físico e o espiritual. Segundo o Greek City Times, essa imagem revela a profunda ligação entre a fé e a dependência da terra para o sustento das antigas comunidades agrícolas.
Registo da fé cristã primitiva
As inscrições e gravuras presentes nos pães funcionam como um testemunho silencioso da devoção dos primeiros cristãos. Elas revelam como a fé se expressava até nos gestos mais simples do quotidiano, como o ato de preparar e partilhar o pão, símbolo de união, sobrevivência e espiritualidade.
