O que se sabe até agora sobre a jovem apontada como ‘serial killer do envenenamento’ no Brasil

Em todas as ocorrências, a acusada manteve proximidade com as vítimas e tentou interferir nas apurações.

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A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, acusada de quatro homicídios qualificados por envenenamento ocorridos entre janeiro e maio de 2025 em São Paulo e no Rio de Janeiro. No despacho, ela foi descrita como “verdadeira serial killer”. As vítimas são Marcelo Hari Fonseca, Maria Aparecida Rodrigues, Neil Corrêa da Silva e Hayder Mhazres. A ré está presa preventivamente e é apontada por agir sempre de forma semelhante, com uso de veneno e tentativa de manipular os fatos após as mortes.

Os casos, inicialmente separados, foram unificados pela Vara do Júri de Guarulhos. A denúncia cita qualificadoras como motivo torpe e impossibilidade de defesa das vítimas. Exames periciais identificaram sinais de intoxicação e edema pulmonar, sugerindo o uso de substâncias altamente tóxicas. As investigações indicam que a suspeita estudava as dosagens e os efeitos para simular causas naturais.

Método e frieza da acusada

Durante o interrogatório, Ana Paula admitiu ter testado o veneno antes, provocando a morte de dez cães. A polícia acredita que ela usou um pesticida letal, o terbufós.

Em um dos casos, um idoso morreu após comer uma feijoada levada por ela até Duque de Caxias, em viagem financiada pela filha da vítima, também presa. Outros três crimes ocorreram em Guarulhos e São Paulo, sempre com o mesmo padrão de envenenamento e tentativa de despistar a investigação.

Suspeita de envolvimento da irmã gêmea

A Promotoria aponta que a irmã gêmea da acusada colaborou nos crimes, com o objetivo de obter bens e dinheiro das vítimas. Ana Paula chegou a usar nome falso e presenciou parte dos atendimentos médicos após as mortes. O processo por quatro homicídios qualificados segue na Justiça paulista, enquanto novas possíveis vítimas são investigadas.