Filho de mestre de capoeira é morto ao defender mulher de agressão em SP: ‘Ele nunca gostou de covardia’

Victor Giles, de 25 anos, foi esfaqueado ao tentar impedir violência doméstica.

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O mestre de capoeira Adão Giles expressou sua dor pela trágica perda de seu filho, Victor Hugo Aparecido Pereira Giles, de 25 anos. O jovem foi morto em Bebedouro (SP) ao tentar intervir em uma agressão doméstica, defendendo uma mulher que estava sendo espancada pelo marido.

Profundamente abalado, o pai destacou as qualidades do filho, descrevendo-o como um indivíduo de caráter, corajoso e que sempre pautou sua vida pelos princípios de empatia e respeito que lhe foram ensinados desde a infância.

O que o pai disse?

“Eu sempre ensinei o meu filho a respeitar. Sempre que a gente estava junto falávamos sobre isso, ele cresceu nesse ambiente de proteção. Ele nunca gostou de covardia, eu também não gosto,” afirmou Adão, emocionado. O sepultamento do corpo de Victor, realizado na segunda-feira (13), foi marcado por grande comoção.

A fatalidade ocorreu no último domingo (12). Victor, sua esposa e dois amigos estavam retornando de uma confraternização quando presenciaram o incidente. Ao transitarem pelo bairro Vila Santa Terezinha, eles se depararam com uma cena de violência: uma mulher sendo agredida severamente por um homem. O grupo parou imediatamente o veículo com a intenção de intervir.

Entenda o que aconteceu

O delegado Maurício Vieira Silva relatou que a vítima estava sendo atacada com ‘chutes, pontapés e capacetadas’, implorando por ajuda. Por isso: “Pararam o veículo e desceram para socorrer a mulher.” O agressor, André Luiz Cardoso, um borracheiro de 48 anos, fugiu em direção à sua residência, sendo perseguido por Victor e um de seus amigos na tentativa de o deter. Contudo, dentro da casa, André Luiz esfaqueou o jovem e escapou do local logo após o crime.

Apesar de ter sido prontamente levado para o socorro, Victor não resistiu aos ferimentos e faleceu antes mesmo de ser atendido. O amigo que o acompanhava sofreu ferimentos em uma das mãos, e a vítima da agressão doméstica foi liberada do hospital após receber cuidados médicos. O jovem, que era casado e pai de duas crianças, gerenciava um lava-rápido e era conhecido em sua comunidade por ser sempre prestativo e solidário.