Haddad não esconde revolta com as bets e compara apostas online a cigarro e álcool

Ministro da Fazenda defendeu nova tributação as apostas online e comentou sobre tema na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

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Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta terça-feira (14), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu às críticas sobre a chamada ‘taxação dos Bs’, bancos, bets e bilionários. Segundo ele, a medida “só é injusta na cabeça de pessoas desinformadas sobre o que está acontecendo no Brasil”. O debate ocorreu no contexto do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para até R$ 5 mil mensais, mas foi dominado pela discussão sobre a queda da Medida Provisória (MP) 1.303.

O ministro argumentou que setores com externalidades negativas, como as apostas esportivas e jogos online, precisam de uma carga tributária maior. Haddad comparou as bets a produtos como álcool e tabaco, explicando que “ninguém acha injusto sobretaxar cigarro ou bebida… setores que geram dependência precisam ser tratados de forma diferente”.

MP das Bets cai e governo busca alternativa fiscal

Com a caducidade da MP 1.303, que previa o programa “Litígio Zero Bets” para regularizar e tributar ganhos retroativos, o governo sofreu uma derrota fiscal. Haddad afirmou que o Executivo possui tecnologia para enfrentar o setor das apostas, destacando a dependência dessas empresas das redes sociais.

“Vamos corrigir o que aconteceu. Vamos buscar alternativas, porque de fato a MP era muito justa”, disse o ministro. Ele também mencionou que a proposta buscava reduzir desigualdades tributárias entre títulos públicos e incentivados.

Lula deve retomar articulações após poeira baixar

Haddad revelou que líderes no Congresso estão mais abertos a negociar após a repercussão da derrota. Agora que a poeira baixou, vejo uma compreensão maior sobre os efeitos da derrota, afirmou. Segundo o ministro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve retomar as articulações nos próximos dias para recompor a arrecadação e ajustar o Orçamento de 2026.