A cantora Anitta usou suas redes sociais nesta terça-feira (14) para defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indique uma mulher para a vaga que será aberta no Supremo Tribunal Federal com a saída do ministro Luís Roberto Barroso. Em publicação nos stories do Instagram, ela escreveu: “Tenho certeza que existem mulheres qualificadas para o cargo no nosso País onde a maioria da população é mulher. Compartilho com toda esperança”. A manifestação ocorre no momento em que o Palácio do Planalto avalia nomes para a sucessão no STF.
Além do apelo, Anitta compartilhou o link de um abaixo-assinado online que pede a indicação de uma mulher para a Corte, que, até o momento da postagem, reunia pouco mais de 24 mil assinaturas. Na mesma publicação, a artista lembrou que, desde a criação do Supremo, apenas três mulheres integraram o quadro de 172 ministros já nomeados: Ellen Gracie, indicada em 2000 e aposentada em 2011; Rosa Weber, indicada em 2011 e aposentada em 2023; e Cármen Lúcia, nomeada em 2006 e atualmente em exercício.
Presença feminina no STF e mobilização nas redes
A discussão sobre representação de gênero ganhou novo impulso após o próprio Barroso anunciar, na quinta-feira (9), sua aposentadoria antecipada, com saída efetiva marcada para 18 de outubro. Em pronunciamento após sua última sessão plenária, o ministro sinalizou apoio ao aumento de presença feminina nas cortes superiores. “Há homens e mulheres capazes. Vejo com simpatia a escolha recair para uma mulher, mas não quero, com isso, dizer que eu esteja excluindo diversos cavalheiros que também têm a pretensão de vir e merecimento”, afirmou.
Entidades da sociedade civil também pressionam por uma indicação feminina. Fórum Justiça, Plataforma Justa e Themis – Gênero e Justiça divulgaram uma lista com possíveis candidatas. Entre os nomes citados estão a presidente do Superior Tribunal Militar, Maria Elizabeth Rocha, e a ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Edilene Lobo, ambas com trajetória em instâncias superiores e atuação recente em temas constitucionais e eleitorais.
Cotados para a vaga no STF e tramitação no Senado
Nos bastidores, porém, interlocutores apontam que os principais cotados seguem sendo homens. Entre os nomes considerados viáveis estão o advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas; e o ministro da Controladoria-Geral da União, Vinícius Carvalho. Pela Constituição, cabe ao presidente indicar o nome para o STF, que, após sabatina, precisa de aprovação pelo Senado. Com a saída oficial de Barroso em 18 de outubro, a decisão do Executivo e a análise do Legislativo passam a definir o calendário de posse do novo ministro ou ministra, enquanto manifestações nas redes e iniciativas da sociedade civil ampliam a visibilidade do tema.