O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar o nome de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, como o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima semana, logo após retornar de viagem à Ásia. Segundo apuração do R7, o petista comunicou a decisão ao senador Davi Alcolumbre (União-AP) na noite de segunda-feira (20), frustrando a tentativa de setores do Senado de emplacar o nome do ex-presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Lula embarcou nesta terça (21) para compromissos na Indonésia e na Malásia, com retorno previsto para o dia 28. De acordo com interlocutores do Planalto, o presidente teria considerado a pressão política excessiva em torno de Pacheco e preferiu escolher alguém de sua confiança pessoal e jurídica, consolidando o perfil técnico desejado para a vaga deixada por Rosa Weber.
Alckmin aposta em aprovação tranquila no Senado
Durante entrevista ao JR Entrevista, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, confirmou que o anúncio será feito somente após o retorno de Lula. “Como essa é uma atribuição do presidente da República, e Lula é um homem do diálogo, ele vai dialogar com o Senado Federal. Quem ele indicar — não sei se é homem, se é mulher, quem vai ser — acho que terá uma boa aceitação no Senado”, afirmou.
Alckmin acredita que o indicado não enfrentará grandes resistências na CCJ ou no plenário do Senado. No entanto, aliados de Lula avaliam que a oposição pode tentar criar barreiras, já que Messias é considerado próximo ao presidente e à ex-presidente Dilma Rousseff, para quem atuou como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.
Escolha estratégica: Lula mira aproximação com evangélicos
Segundo fontes do Planalto, a decisão de Lula também levou em conta o fator religioso. Messias é evangélico, e sua indicação é vista como um gesto político para reduzir a resistência do segmento, tradicionalmente contrário ao governo petista.
