‘Mata ela’: pai incentiva assassinato da filha de 2 meses e não impede crime

Ministério Público afirma que homem instigou companheira a matar bebê e se omitiu diante do risco à criança.

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O Ministério Público de Roraima denunciou Halisson Conceição dos Santos, de 36 anos, por instigar sua companheira, Renata Pereira dos Santos, de 26, a matar a filha Melinda Sofia, de apenas dois meses. O crime ocorreu em Boa Vista, na madrugada de 13 de outubro. Segundo a Promotoria, Halisson enviou mensagens incentivando o assassinato e não tomou nenhuma atitude para evitar a morte da criança.

A denúncia aponta que, após uma discussão, Renata voltou para casa com a filha e enviou ao companheiro um vídeo da bebê chorando. Mesmo ciente do risco, Halisson não procurou ajuda nem retornou ao local. A bebê foi encontrada morta por asfixia, com hematomas no rosto, tórax e pernas.

Mensagens antecederam a morte da bebê

De acordo com o promotor Paulo André Trindade, Halisson respondeu ao vídeo com a frase “mata ela” e, em seguida, enviou outra mensagem dizendo “morram vocês duas”. A Promotoria afirma que, mesmo diante da gravidade das mensagens, ele se manteve inerte. O laudo cadavérico confirmou que Melinda morreu por sufocamento direto, possivelmente causado por colchão, lençol, travesseiro ou pelas mãos da mãe.

Vizinhos relataram ter ouvido o choro intenso da bebê entre 4h e 5h da manhã, seguido de silêncio repentino. Para o Ministério Público, esse foi o momento da morte. Pouco antes, Renata foi vista em um bar com a filha no colo, discutindo com uma mulher que a filmava. O ambiente familiar era descrito como instável, com episódios de embriaguez e conflitos constantes.

Julgamento por homicídio qualificado

O MP pediu que Halisson e Renata sejam levados a julgamento pelo Tribunal do Júri por homicídio triplamente qualificado. As qualificadoras incluem motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A denúncia também considera o agravante de a vítima ser menor de 14 anos. Caso a Justiça aceite a denúncia, o casal poderá responder pelo crime em julgamento popular. Até o momento, não houve manifestação da defesa dos acusados.