A Polícia Militar de Patos de Minas, interior de Minas Gerais, busca um homem de 50 anos suspeito de utilizar a suposta doença do filho para arrecadar doações em igrejas da cidade.
Os episódios teriam ocorrido no fim de semana, e as primeiras denúncias chegaram às autoridades nesta segunda-feira (27). Até o momento, quatro pessoas procuraram as Bases Móveis para registrar boletim de ocorrência, mas a PM avalia que o número de atingidos pode ser superior.
Levantamentos preliminares indicam que o suspeito teria chegado ao município na quinta-feira anterior. A corporação pede que quem tenha contribuído financeiramente ou presenciado as abordagens procure a polícia para formalizar os relatos.
De acordo com informações repassadas pelo sargento Peres, o homem visitou três casas paroquiais para solicitar autorização a fim de falar ao fim das missas. Em uma paróquia, o pedido foi aceito e ele se manifestou após duas celebrações, momento em que fiéis formaram fila para contribuir. Em outras duas, a permissão foi negada; ainda assim, o suspeito teria permanecido diante dos templos durante as celebrações para solicitar doações. As contribuições eram direcionadas por Pix a um número de celular com DDD 98, vinculado ao Maranhão.
Modus operandi nas igrejas e uso de Pix com DDD 98 do Maranhão
Segundo os registros, o homem distribuía panfletos que informavam que o filho teria sido diagnosticado com tumor cerebral e necessitaria de cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O material indicava ainda que a internação duraria 90 dias e custaria R$ 100.000.
Algumas pessoas desconfiaram da narrativa e decidiram pesquisar na internet. Em publicações de veículos do Nordeste, localizaram reportagens sobre pedidos de ajuda atribuídos à mesma família, mas com divergências: os valores solicitados variavam e as doenças citadas mudavam conforme o conteúdo. A referência mais antiga encontrada é de 2020.
Como denunciar e colaborar com a investigação
As informações reunidas pela PM foram qualificadas como preliminares, enquanto os militares continuam a identificar vítimas e locais de abordagem. Até agora, quatro pessoas formalizaram o boletim de ocorrência nas Bases Móveis, e a polícia avalia que há mais casos ainda não comunicados.
Também é apurado se o suspeito estendeu a atuação a cidades da região. A PM orienta que qualquer pessoa que tenha feito doações ou possua imagens, panfletos ou dados do Pix procure a corporação para anexar as provas ao inquérito.
