Dia seguinte à operação: 55 corpos surgem em praça da Penha e podem não entrar na conta

Governo apontou 60 suspeitos e 4 policiais que faleceram; PM diz que novos óbitos serão periciados.

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Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio, levaram cerca de 55 corpos à Praça São Lucas na madrugada desta quarta-feira (29), um dia após a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão. O governo havia informado 64 mortes — entre elas quatro policiais — e 81 presos. Os novos corpos ainda não constam no balanço oficial, e a Polícia Militar fará perícia para confirmar se estão ligados à ação, o que pode elevar o total de vítimas para mais de 100.

Segundo o g1, os corpos foram retirados de áreas de mata conhecidas como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram os confrontos mais intensos. Moradores relataram que ainda há vítimas aguardando remoção. O ativista Raull Santiago, que acompanhou o resgate, afirmou que nunca presenciou algo tão violento em décadas vivendo na favela.

Investigação e reconhecimento das vítimas

A Polícia Civil informou que o reconhecimento oficial será feito no prédio do Detran ao lado do Instituto Médico-Legal (IML), com acesso restrito a peritos e promotores. As necropsias sem vínculo com a operação foram transferidas para o IML de Niterói. Durante a madrugada, moradores também levaram corpos ao Hospital Getúlio Vargas em uma Kombi.

Operação buscava desarticular o Comando Vermelho

A ação tinha como meta enfraquecer o Comando Vermelho e conter o avanço territorial da facção. Os confrontos mais intensos ocorreram na Serra da Misericórdia e nas proximidades da Vacaria.

Enquanto o governo do estado mantém as buscas e perícias, o reconhecimento das vítimas segue centralizado para agilizar o atendimento às famílias. A confirmação sobre os corpos levados à Praça São Lucas poderá redefinir o número final de mortos na operação.