Treze policiais baleados nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, permanecem internados após confrontos durante a Operação Contenção. Segundo a Polícia Militar, nove militares recebem atendimento no Hospital Central da PM, no Estácio, e dois deles têm quadro considerado grave.
Entre os agentes da Polícia Civil, quatro seguem hospitalizados. O delegado Bernardo Leal Anne Dias, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, foi ferido na veia femoral, transferido do Hospital Estadual Getulio Vargas para o Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, passou por cirurgia e teve a perna amputada.
Os outros três civis feridos, identificados como Leandro Oliveira dos Santos, Rodrigo Vasconcelos Nascimento e Rodrigo da Silva Ferreira Soares, estão internados no Hospital Estadual Getulio Vargas, na Penha. A reportagem solicitou atualização sobre o quadro clínico deles, mas as famílias não autorizaram a divulgação. Enquanto os agentes eram atendidos no Getulio Vargas, colegas de corporação e familiares organizaram uma campanha de doação de sangue para auxiliar no tratamento.
Estado de saúde dos policiais e impacto da Operação Contenção
Considerada a mais letal do Rio e do Brasil no século 21, a Operação Contenção mobilizou cerca de 2,5 mil policiais civis e militares para conter a expansão territorial do Comando Vermelho e cumprir aproximadamente 100 mandados de prisão e 150 de busca e apreensão. O Instituto Médico Legal Afrânio Peixoto revisou para 121 o total de óbitos decorrentes dos confrontos. Segundo balanço oficial, 118 armas foram apreendidas — 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e 14 explosivos —, além de 113 suspeitos detidos e 10 adolescentes apreendidos.
Entre os agentes de segurança, quatro faleceram durante a operação: os 3º sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos; o comissário Marcus Vinícius, 51 anos, da 53ª DP; e o inspetor Rodrigo Cabral, 34 anos, da 39ª DP. Outros 13 policiais ficaram feridos ao longo dos confrontos e foram levados para o Hospital Getulio Vargas, que concentrou o primeiro atendimento às vítimas.
Reação oficial e próximas etapas da segurança pública
Em nota, a Polícia Civil do Rio afirmou que “os ataques covardes de criminosos contra os agentes não ficarão impunes. A resposta está vindo, e à altura”. A Polícia Militar lamentou os falecimentos e informou que segue monitorando a situação nas áreas de atuação dos complexos. O governador Cláudio Castro declarou que os quatro agentes que faleceram foram vítimas de “narcoterroristas durante a Operação Contenção”, classificando a ação como um marco no enfrentamento ao crime organizado no estado.
As investigações sobre a dinâmica dos confrontos e a origem do armamento apreendido estão em andamento, enquanto os hospitais acompanham a evolução clínica dos policiais feridos.
