Pouco antes de ser morta durante a megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, Penélope, conhecida como Japinha, trocou mensagens com uma amiga por meio do WhatsApp. Em registros obtidos pela coluna Na Mira, a jovem iniciou a conversa com uma saudação breve, seguida de uma chamada de vídeo que durou cerca de três minutos.
Em seguida, escreveu que não pretendia permanecer no local e avisou que o confronto ainda estava em andamento. Segundo o relato, ela afirmou que os tiros continuavam intensos e que helicópteros sobrevoavam a região.
Japinha do CV fez relato sobre operação
De acordo com o site Terra, uma amiga de Penélope, preocupada, tentou acalmar a situação e pediu que ela permanecesse onde estava, evitando atitudes arriscadas. “Eles tão aqui em cima de nós. A bala tá comendo. Helicóptero tá aqui rodando“, disse Japinha.
Minutos depois da conversa, a traficante acabou sendo atingida durante o intenso tiroteio que tomou conta das comunidades. As áreas do Complexo do Alemão e do Complexo da Penha, que somam 26 comunidades, foram palco de um dos episódios mais violentos da história recente do estado, com dezenas de mortos e feridos.
Morte em meio ao fogo cruzado
Antes da operação, uma foto publicada nas redes sociais mostrava Penélope vestindo roupas camufladas e segurando um fuzil, sem exibir o rosto. Segundo informações apuradas, ela era considerada uma das integrantes mais confiáveis da facção que domina a região, com papel importante na segurança de rotas de fuga e na proteção de pontos estratégicos do tráfico. De acordo com agentes envolvidos na ação, Penélope teria reagido à abordagem policial, disparando contra os militares antes de ser atingida fatalmente por um tiro de fuzil. O corpo da jovem foi encontrado próximo a um dos acessos principais da comunidade, horas após o confronto. Moradores relataram pânico e desespero durante o tiroteio, que deixou diversas vítimas e transformou a região em um cenário de guerra.
