O cirurgião plástico Marcelo Evandro dos Santos foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto por lesão corporal grave com deformidade permanente. A sentença está relacionada ao caso de Letícia Mello, uma paciente de Florianópolis que sofreu complicações graves após se submeter a uma série de procedimentos estéticos realizados pelo médico.
O Ministério Público classificou o conjunto de cirurgias feitas de uma só vez como X-Tudo, devido à combinação excessiva de intervenções em um único dia. De acordo com o processo, Letícia apresentou queimaduras, bolhas, necroses e perda de tecido após a cirurgia, que teria durado aproximadamente 12 horas.
Complicações para paciente
As complicações levaram a paciente a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu por 11 dias, e depois passou mais de dois meses hospitalizada até iniciar o processo de recuperação.
A defesa do médico informou que recorrerá da decisão judicial. Segundo os advogados, Marcelo Santos não teria tido assegurado o pleno direito ao contraditório, além de alegarem que a paciente possuía uma predisposição genética que teria evoluído para uma doença durante o procedimento cirúrgico. O regime semiaberto permitirá que o médico trabalhe ou estude durante o dia e retorne ao presídio à noite para cumprir a pena.
Em setembro, o Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC) prorrogou por mais seis meses a interdição cautelar que impede o profissional de exercer a medicina. Paralelamente, há outro processo disciplinar em andamento na Corregedoria da entidade.
Gravidade de lesões
A denúncia surgiu após a conclusão do inquérito policial que indiciou o cirurgião por lesão corporal gravíssima. As imagens anexadas ao processo mostraram a gravidade das feridas de Letícia, que enfrentou sequelas físicas e emocionais após o procedimento estético.
