Ausência de Penélope, a Japinha do CV, chama a atenção em 1ª lista de vítimas; ela morreu com um tiro no rosto

Nome importante dentro do Comando Vermelho, Penélope teve o rosto desfigurado após levar um tiro de fuzil.

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A ausência do nome de Penélope, mais conhecida como Japinha do CV, na lista oficial de mortos da megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, chamou a atenção e levantou questionamentos sobre a identificação dos corpos.

Considerada uma das principais integrantes da linha de frente do Comando Vermelho, ela teria sido morta após reagir à abordagem policial e abrir fogo contra os agentes. Vestida com roupa camuflada, colete tático e portando um fuzil, Japinha simbolizava a presença ativa das mulheres no tráfico carioca, sendo uma figura conhecida por sua postura combativa e pela influência que exercia dentro da facção.

Forças de segurança confirmaram disparo fatal

De acordo com informações das forças de segurança, o disparo que atingiu a criminosa foi fatal e causou graves ferimentos na cabeça. Ainda assim, seu nome não apareceu na relação oficial das 99 mortes inicialmente divulgadas, o que gerou dúvidas sobre a contagem real das vítimas e os critérios utilizados para o registro dos óbitos.

A operação, considerada uma das mais letais já realizadas, terminou com 117 mortos, segundo a atualização feita pela Secretaria de Polícia Civil. O secretário Felipe Curi explicou que a maioria dos mortos possuía passagens pela polícia, reforçando o argumento de que a ação mirava criminosos de alta periculosidade. Dentre os mortos, 78 tinham antecedentes criminais e 42 estavam foragidos. Curi também destacou que os complexos da Penha e do Alemão funcionavam como uma espécie de centro de treinamento e decisão do Comando Vermelho, de onde partiam ordens e combatentes para outros estados do país.

Nomes importantes do CV foram mortos

A operação resultou ainda na morte de figuras estratégicas da facção, incluindo líderes oriundos de diferentes regiões do Brasil. Entre eles, nomes como Chico Rato, da Amazônia; DG, da Bahia; FB, também da Bahia; e Russo, do Espírito Santo. O número de mortos de fora do estado impressionou as autoridades, sendo 39 ao todo; e reforçou a ideia de que o Rio de Janeiro continua sendo o núcleo de articulação nacional do grupo criminoso. As forças de segurança classificaram a ação como uma resposta direta à expansão da facção e ao fortalecimento de suas estruturas operacionais.

Para os moradores das comunidades, no entanto, a madrugada da operação foi marcada pelo medo e pela tensão. Relatos de tiroteios intensos, helicópteros sobrevoando áreas residenciais e explosões em vielas descreveram um cenário de guerra. O barulho das armas ecoou durante horas, especialmente nas regiões da Grota, Fazendinha e Vila Cruzeiro.