Lula detona megaoperação de Cláudio Castro contra o CV, diz que ‘houve matança’ e dá opinião: ‘Desastrosa’

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, opinou sobre a megaoperação realizada contra o Comando Vermelho.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou nesta terça-feira, 4 de novembro, sobre a operação policial no Rio de Janeiro que terminou com 121 mortos, incluindo quatro agentes de segurança. Em entrevista concedida durante viagem a Belém (PA), o chefe do Executivo declarou: “Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”. A operação, considerada a mais letal da história do estado, teve como alvo o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha.

Lula destacou que a decisão judicial que autorizou a operação era voltada para a prisão de criminosos, não para execuções. Para ele, a apuração precisa esclarecer as circunstâncias em que as mortes ocorreram, já que há versões divergentes sobre o que realmente aconteceu durante os confrontos. O presidente ressaltou a importância de um trabalho técnico e imparcial dos legistas federais, argumentando que apenas uma perícia detalhada poderá indicar se houve excessos ou violações nos procedimentos adotados.

STF acompanha investigações de perto

O caso também ganhou a atenção do Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes determinou que o governo do Rio preserve todos os elementos materiais da operação, incluindo provas, perícias e cadeias de custódia, para que o Ministério Público e a Defensoria Pública possam acompanhar as investigações. A medida visa garantir transparência e permitir o controle externo da atividade policial, dentro dos parâmetros fixados pelo Supremo para ações em comunidades.

Enquanto isso, o governador Cláudio Castro, responsável pela operação, defendeu publicamente o trabalho das forças de segurança. Segundo ele, a ação foi um sucesso e teve como vítimas apenas os policiais mortos em serviço. A declaração gerou reações políticas e sociais, especialmente diante do alto número de mortos e das denúncias de supostas execuções. O tema mobilizou ministros do governo federal, como Ricardo Lewandowski, Anielle Franco e Macaé Evaristo, que estiveram no Rio de Janeiro para acompanhar o caso de perto.

Lula classifica megaoperação como desastrosa

Lula encerrou o pronunciamento deixando evidente sua visão oposta à de Cláudio Castro: “O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”. Ele afirmou que a prioridade agora é apurar as responsabilidades e garantir que as ações de segurança pública sigam os princípios legais e humanitários. O governo federal, segundo o presidente, continuará atuando para que a verdade sobre a operação seja esclarecida, sem interferências políticas ou corporativas.