A médica Cláudia Soares Alves foi presa nesta quarta-feira (5) em Itumbiara (GO), suspeita de envolvimento no assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, em 2020, e no sequestro de uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da UFU, em 2024. Além dela, dois homens também foram detidos e serão levados para Uberlândia (MG), onde o caso é investigado.
Durante buscas, a polícia encontrou na casa da médica um quarto infantil completo, com berço, roupas e uma boneca reborn.
As investigações apontam que Cláudia tinha o desejo obsessivo de ser mãe e tentou adoções irregulares, falsificação de documentos e até a compra de bebês. Segundo o delegado, ela chegou a planejar o assassinato da vítima por ciúmes e disputa envolvendo a guarda da filha de 9 anos.

Planejamento e motivação do crime
A polícia acredita que Cláudia planejou o homicídio em Goiás e executou o crime em Uberlândia com ajuda de dois comparsas. Renata foi morta com vários tiros em 2020. A investigação apura que a suspeita teria se relacionado com o ex‑marido da vítima, com quem a farmacêutica, Renata Bocatto Derani, tinha uma filha. Segundo o delegado Eduardo Leal, “A Cláudia certamente entendeu que ceifando a vida da vítima seria mais fácil dela conseguir assumir esse poder familiar. Ficou apurado que ela contou com o apoio do vizinho e do filho [dele]”. Renata foi atingida por pelo menos cinco disparos em novembro de 2020, no Bairro Presidente Roosevelt, em Uberlândia.
Sequestro no hospital e alegação de transtorno
Em 2024, Cláudia invadiu a maternidade do HC-UFU vestida de médica, enganou os pais de uma recém-nascida e fugiu com a bebê. As câmeras flagraram toda a ação, e a criança foi resgatada horas depois em Itumbiara.
A defesa afirma que a médica sofre de transtorno bipolar e agiu durante um surto psicótico. Cláudia já respondia em liberdade por falsidade ideológica e tráfico de pessoas, mas agora permanece presa à disposição da Justiça.
