O ex-deputado estadual Paulo Frateschi, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), foi morto a facadas nesta quinta-feira, 6 de novembro, em São Paulo, durante uma discussão familiar que terminou em tragédia. O autor do crime foi o próprio filho, Francisco Frateschi, que acabou preso em flagrante. O ex-parlamentar chegou a ser socorrido com ferimentos no abdômen e em um dos braços, mas não resistiu. Sua esposa, Yolanda Maux Viana, também ficou ferida ao tentar conter a briga e foi encaminhada a uma unidade de pronto atendimento na Lapa, com fratura em um dos braços.
De acordo com testemunhas, o desentendimento ocorreu dentro da residência da família, na zona oeste da capital paulista. Ainda não há informações precisas sobre o que teria provocado a discussão que culminou no assassinato. Vizinhos relataram momentos de desespero e gritos de socorro vindos da casa pouco antes da chegada da polícia. O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Outras tragédias na família
A morte de Frateschi encerra de forma trágica a trajetória de um homem marcado por intensas lutas pessoais e políticas. Militante histórico do PT, ele foi preso e torturado durante a ditadura militar, tornando-se símbolo da resistência ao regime. Sua libertação, realizada no saguão da Folha de S.Paulo, ficou registrada como um dos momentos mais emblemáticos da redemocratização do país. Ao longo da carreira, exerceu mandatos e cargos estratégicos dentro do partido, além de ter sido secretário de Relações Governamentais na gestão da então prefeita Marta Suplicy, entre 2001 e 2004.
Frateschi também enfrentou grandes perdas familiares. Em 2002, perdeu o filho Pedro, de apenas sete anos, em um acidente de carro na rodovia Carvalho Pinto, em Guararema (SP). No ano seguinte, outro filho, Júlio, de 16 anos, morreu em um novo acidente automobilístico, desta vez na rodovia Rio-Santos. À época, o velório contou com a presença de Lula, ministros e lideranças petistas, em uma demonstração de solidariedade.
Paulo Frateschi defendeu Lula publicamente
Em seus últimos anos, Paulo Frateschi mantinha-se ativo nos debates políticos, mesmo afastado dos cargos públicos. Em 2019, ao comentar a prisão do ex-presidente Lula, classificou o episódio como uma forma de perseguição política, relembrando o autoritarismo vivido nos anos de chumbo.
