Pai revela última mensagem da filha de 14 anos antes de ser arrastada pelo tornado no Paraná

Fenômeno classificado como EF3 por Simepar teve ventos de 250 km/h; seis pessoas faleceram e centenas ficaram feridas.

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A adolescente Julia Kwapis, de 14 anos, foi uma das vítimas fatais do tornado que devastou Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, na sexta-feira (7). O fenômeno, classificado como EF3 pelo Simepar, teve ventos de até 250 km/h e foi associado à passagem de um ciclone extratropical. Julia estava na casa de uma amiga quando foi surpreendida pela tempestade. O desastre deixou seis mortos, mais de 600 feridos e duas pessoas desaparecidas, além de destruição em boa parte da cidade.

Segundo o pai, Roberto Kwapis, a filha havia saído para um encontro simples entre amigas e seria crismada no dia seguinte. Em entrevista, ele contou que a jovem foi atingida quando tentava voltar para casa: “O temporal foi muito rápido. Ela estava muito feliz, era uma filha muito querida”. A mãe, Mari Kwapis, relatou que a família passou a noite em desespero, sem notícias, e só soube na manhã seguinte que a menina havia sido levada ao hospital em estado gravíssimo.

A última mensagem de Julia

Horas antes da tragédia, Julia enviou sua última mensagem aos pais, perguntando sobre os preparativos da cerimônia de crisma. “Infelizmente, essa foi a última conversa que tivemos, por volta de 16h45”, contou Roberto, emocionado. O pai descreveu o sentimento de perda como “inacreditável” e disse que a filha vivia um dos momentos mais felizes da vida. “A gente fica sem chão”, resumiu.

A mãe lembrou da doçura e alegria da adolescente. “Era uma menina meiga, carinhosa e cheia de sonhos. Ver ela naquele estado é uma dor que não tem explicação”, disse. O caso comoveu moradores e mobilizou uma rede de apoio à família, que agora tenta lidar com o luto em meio aos destroços.

Situação de calamidade pública

O governo estadual decretou situação de calamidade pública em dezenas de municípios afetados e mobilizou uma força-tarefa com equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Exército para atendimento às vítimas e apoio à recuperação. Em Rio Bonito do Iguaçu, as autoridades locais seguem com buscas, atendimento médico e levantamento de danos enquanto comunidades organizam pontos de acolhimento e assistência às famílias.