O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) decidiu, nesta quinta-feira, derrubar a suspensão imposta a Bruno Henrique, atacante do Flamengo, acusado de envolvimento em esquema de apostas. Por maioria de votos, o Pleno do Tribunal converteu a pena de 12 jogos em multa de R$ 100 mil. A decisão permite que o jogador continue atuando normalmente.
Cinco dos oito auditores acompanharam o relator e votaram pela absolvição. Os auditores Maxwell Borges Vieira, Mariana Barreiras e Luiz Felipe Bulus divergiram, defendendo punições mais severas. Bulus afirmou que a penalidade deveria ser mantida por caráter educativo, enquanto Mariana comparou o caso à operação Penalidade Máxima, destacando semelhanças nas condutas ilícitas e o envolvimento de familiares.
Divisão no Tribunal e acusações de antiética
Durante o julgamento, Luiz Felipe Bulus criticou a normalização do comportamento do jogador: “É evidentemente antiético. A regra perde o sentido. Como vai provar que foi o clube que mandou ele forçar o cartão?”. Apesar disso, a maioria dos auditores entendeu que o cartão amarelo recebido por Bruno Henrique não influenciou o resultado do jogo entre Flamengo e Santos, em 2023.
A defesa de Bruno Henrique sustentou que não houve qualquer dolo ou participação direta do atleta nas apostas investigadas pela Polícia Federal. O jogador, que acompanhou o julgamento de forma remota, foi representado pelos advogados.
Caso ainda pode ir parar na Corte Arbitral do Esporte
Mesmo com a absolvição, o processo pode seguir para a Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça. O episódio reacendeu o debate sobre ética e apostas no futebol brasileiro, colocando novamente o nome de Bruno Henrique entre os temas mais comentados da semana.
