O médico Lucas Ferreira Mattos, famoso por seu grande número de seguidores nas redes sociais, foi condenado pela Justiça Federal de Minas Gerais por espalhar informações enganosas a respeito da mamografia. A decisão judicial veio após a grande repercussão de suas publicações, nas quais ele alegava, sem comprovação científica e contra a posição dos órgãos de saúde, que o exame poderia elevar o risco de câncer de mama.
Como consequência da sentença, o profissional teve que deletar todo o conteúdo questionado, que havia alcançado dezenas de milhares de visualizações, e está proibido de postar mensagens semelhantes em suas redes sociais ou nas de terceiros.
Juiz rebate alegação falsa sobre radiação
A alegação específica feita pelo médico no vídeo era de que uma mamografia gera uma radiação para mama equivalente a 200 raios-x, isso aumenta a incidência de câncer de mama por excesso de mamografia. O juiz responsável pelo caso ressaltou que tal afirmação não encontra amparo na sedimentada e atual pesquisa sobre o assunto, e poderia levar as mulheres a negligenciarem exames, que são tidos como essenciais pelos especialistas da área.
Ações para combater a desinformação
O resultado da sentença derivou de uma ação coordenada entre a Advocacia-Geral da União, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, por meio do projeto Saúde com Ciência. A procuradora-geral da União manifestou satisfação com o veredicto, classificando-o como um marco na defesa da vida das mulheres e reiterando o engajamento oficial com a garantia de informações fidedignas no campo da saúde pública.
Segundo as recomendações do Ministério da Saúde e de diversas entidades médicas, a mamografia permanece sendo o exame indicado para a identificação precoce do câncer de mama, sendo prioritariamente sugerida para mulheres na faixa etária entre 50 e 74 anos, com a possibilidade de ser recomendada em outras idades dependendo da avaliação médica individual.
