‘Buraco de Neymar’ é interditado e ninguém poderá entrar por tempo indeterminado

O local passou a atrair um número enorme de turistas e foi preciso tomar providências antes que a situação piorasse.

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O Buraco do Galego, conhecido popularmente como Buraco do Neymar, fica na Praia dos Cachorros em Fernando de Noronha. O local era procurado por visitantes que buscavam paisagens naturais e piscinas formadas entre rochas vulcânicas. A trilha até o ponto exigia cuidados, mas mesmo assim atraía cada vez mais visitantes.

O aumento da popularidade começou após uma foto publicada pelo jogador Neymar em 2018. A imagem circulou amplamente nas redes sociais e ampliou a procura pelo local. Com isso, o fluxo turístico passou a ultrapassar o limite ambiental recomendado.

Na última segunda-feira, 17 de novembro, o ICMBio informou a interdição do Buraco de Neymar e da área vizinha chamada Lasca da Velha. A decisão foi tomada após análises técnicas sobre o impacto crescente no ecossistema. O órgão apontou sinais de desgaste e danos irreversíveis no ambiente marinho.

Interdição anunciada pelo ICMBio

Segundo o ICMBio, trilhas foram comprometidas pelo excesso de circulação de pessoas. Estudos também apontaram aumento na pressão sobre espécies marinhas que utilizam a região para alimentação. Havia ainda registros de mudanças no comportamento de animais devido ao acúmulo de turistas.

A instituição destacou que o bloqueio não tem previsão de término. Técnicos irão monitorar a recuperação natural antes de determinar qualquer reabertura. O objetivo é reduzir a pressão ambiental e evitar que a área sofra novos danos.

Impactos do turismo desordenado

Relatórios apontaram erosão acelerada nas formações rochosas e alteração na qualidade da água. Equipamentos como drones e câmeras contribuíram para o estresse da fauna que habita as piscinas naturais. A combinação de visitantes, trilhas desgastadas e mergulhos sucessivos afetou diretamente os corais.

A superlotação registrada nos últimos anos foi apontada como um fator determinante para a medida. O bloqueio pretende garantir que o ecossistema consiga se restabelecer ao longo dos próximos meses. Técnicos acompanham a região para avaliar o ritmo de regeneração ambiental.