Motorista que parou Rodoanel por 5h com falsa bomba confessa que armou tudo e se amarrou em caminhão

Dener Laurito dos Santos responderá por falsa comunicação de crime após bloquear via em São Paulo.

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O motorista responsável pelo bloqueio do Rodoanel Mário Covas na semana passada, após alegar ser vítima de um sequestro com ameaça de explosivos, foi identificado como um ex-agente da Polícia Militar de São Paulo. Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, admitiu às autoridades na última quarta-feira (19) que toda a situação foi simulada por ele mesmo.

O condutor havia mobilizado equipes de segurança e interditado o tráfego por cerca de cinco horas, gerando grande repercussão na região metropolitana da capital paulista ao afirmar estar sob o domínio de criminosos.

Dinâmica da falsa ocorrência no Rodoanel

Inicialmente, o relato apresentado às forças de segurança descrevia uma abordagem por oito criminosos na altura do quilômetro 44, em Itapecerica da Serra. O motorista alegou que os supostos assaltantes tentaram levar o veículo e o obrigaram a atravessar a carreta na pista, mantendo-o amarrado com artefatos presos ao corpo. No entanto, durante o novo depoimento, ele revelou aos investigadores que construiu o dispositivo falso, amarrou as próprias mãos e arremessou uma pedra contra o caminhão para dar veracidade à cena, sem o envolvimento de terceiros.

Após a confissão de que não houve tentativa de roubo ou ação de quadrilha, Dener Laurito dos Santos foi indiciado formalmente por falsa comunicação de crime. O caso segue sob análise da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE) de Taboão da Serra, que busca esclarecer todas as circunstâncias do evento.

Consequências da interdição na via

A interdição do anel viário causou transtornos significativos no fluxo de veículos e exigiu uma operação complexa para garantir a segurança do local, visto que havia suspeita de material explosivo real. O ex-policial foi encontrado na ocasião com as mãos atadas e os objetos simulados junto ao corpo, o que demandou cautela extrema das equipes táticas. Com a elucidação da farsa, o inquérito policial prossegue para determinar as sanções cabíveis ao motorista, que agora responde judicialmente pelo ato de enganar o sistema de segurança pública e prejudicar a mobilidade urbana.