Aliados de Jair Bolsonaro vão à penitenciária da Papuda e ficam preocupados com o que encontram lá

Aliados do ex-presidente decidiram fazer uma inspeção no complexo penitenciário da Papuda.

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A inspeção realizada por aliados de Jair Bolsonaro no complexo penitenciário da Papuda na última segunda-feira (17), apresentou uma lista de preocupações sobre a estrutura do local. O ponto mais citado foi a ausência de atendimento médico contínuo por 24 horas, incluindo o batalhão da Polícia Militar onde o ex-presidente deve iniciar o cumprimento da pena de 27 anos e três meses por golpe de Estado. As informações foram divulgadas pela colunista Malu Gaspar, do O Globo.

A defesa de Bolsonaro trabalha com a possibilidade de que o ministro Alexandre de Moraes rejeite os embargos infringentes que serão apresentados até a segunda-feira seguinte. A avaliação é de que a ordem de prisão possa ser determinada até a quinta-feira seguinte. Aliados consideram provável que Bolsonaro seja levado ao 19º Batalhão da Polícia Militar, a unidade conhecida como Papudinha.

O batalhão fica dentro da Papuda e está a cerca de 8,5 quilômetros da residência do ex-presidente. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde agosto, e a mudança para o regime fechado é tratada como questão de tempo pela defesa. A estrutura oferecida na unidade é parte das preocupações do grupo.

Preocupações médicas

A saúde é um dos principais pontos destacados por autoridades do Distrito Federal e pela defesa do ex-presidente. Relatórios e laudos médicos estão sendo preparados pela equipe responsável pelos cuidados clínicos de Bolsonaro. A intenção é apresentar o histórico completo de saúde.

Os advogados defendem que o quadro clínico exige a manutenção da prisão domiciliar. O argumento menciona câncer de pele, refluxo, soluço, vômito, pressão alta e apneia. Também são citadas sequelas de cirurgias na região abdominal.

Situação cirúrgica recente

Em abril deste ano, Bolsonaro passou por uma laparotomia exploradora no Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento foi realizado para desobstruir o intestino e reconstruir a parede abdominal. Essa foi a sétima cirurgia decorrente do atentado de 2018.

A morte de Cleriston Pereira da Cunha, ocorrida em novembro de 2023 após um mal súbito na Papuda, voltou a ser lembrada por autoridades locais. Ele estava preso pelos atos de 8 de janeiro e passou mal durante o banho de sol. O episódio é citado como referência para as preocupações atuais.