Informações de bastidores indicam que o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá ser detido e transferido para uma unidade prisional na próxima semana. A previsão tem sido tema de diálogos reservados conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As autoridades debatem atualmente qual será o destino exato para o início do cumprimento da pena, além de analisarem a viabilidade de manutenção da prisão domiciliar. O cenário foi divulgado inicialmente pela coluna de Lauro Jardim, apontando a iminência da execução da sentença e a movimentação nos bastidores do judiciário.
Um encontro decisivo para tratar da questão ocorreu na noite de segunda-feira, fora da agenda oficial, reunindo Moraes e o comandante do Exército, Tomás Paiva, com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
Durante a reunião, o comandante evitou discutir a aplicação do regime prisional em si, reconhecendo não ser sua atribuição definir entre domiciliar ou fechado, mas emitiu opinião sobre o local de encarceramento. A conversa girou em torno das implicações de segurança e institucionais da medida, considerando o cargo anteriormente ocupado pelo réu.
Alternativas para cumprimento da pena
O comandante Tomás Paiva avaliou que o envio de Bolsonaro para o complexo da Papuda seria uma medida “excessiva” para uma figura que ocupou a Presidência da República. Diante disso, foram mencionadas possibilidades de utilização de estruturas militares espalhadas pelo país, caso o ministro opte pela aplicação do regime fechado. Alexandre de Moraes ouviu as sugestões apresentadas pelo comando do Exército sobre as instalações disponíveis, mas não sinalizou aceitação imediata das alternativas propostas durante o encontro reservado.
A condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal envolveu a participação em ações que, segundo o entendimento da Corte, atentaram contra a ordem constitucional e estimularam atos antidemocráticos. A pena estipulada foi de 27 anos e 3 meses de reclusão, com determinação de início em regime fechado. A sentença inclui ainda a sanção pecuniária de 124 dias-multa, sendo que cada dia-multa corresponde a dois salários-mínimos vigentes. A decisão judicial busca responsabilizar o político pelos eventos investigados no inquérito.
Situação atual do ex-presidente
O ex-mandatário encontra-se em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto de 2025, cumprindo determinação anterior do ministro Alexandre de Moraes. A expectativa agora recai sobre a efetivação da transferência para o sistema prisional ou militar na semana vindoura, conforme as tratativas avançam em Brasília. O desfecho sobre a logística e o local exato da detenção deve ser oficializado em breve pelas autoridades competentes, encerrando as especulações sobre o destino carcerário do político.
