No dia seguinte à prisão preventiva de Jair Bolsonaro, moradores do Solar de Brasília, condomínio de luxo onde o ex-presidente cumpria medidas restritivas, iniciam a semana com a expectativa de retomada da tranquilidade. Depois de meses de tensão, vizinhos relatam que esperam uma rotina sem jornalistas, buzinaços, apoiadores e conflitos internos.
A reação ao anúncio da prisão no sábado evidenciou a divisão entre os residentes. De acordo com apuração realizada pelo O Globo, houve quem soltasse fogos, compartilhasse músicas como “É Hoje”, de Caetano Veloso, e até convite para churrasco no grupo “Assuntos Gerais Solar BSB”. Ao mesmo tempo, administradores reforçaram as regras e apagaram todas as mensagens com teor político, evitando embates que já haviam marcado o cotidiano do condomínio.
Meses de incômodo e pressão constante
Desde agosto, moradores reclamavam da movimentação intensa causada pela presença de Bolsonaro: lentidão na portaria, carros em excesso, receio de vigílias e até medo de que o condomínio virasse ponto permanente de manifestação. O fluxo de parlamentares, segurança e imprensa transformou o local em um centro involuntário de atenção política.
Agora, a avaliação geral é que a prisão preventiva e a transferência de Bolsonaro para a Superintendência da PF aliviarão o Solar de Brasília. Moradores acreditam que vigílias e atos de apoio devem se concentrar no novo endereço, especialmente com a audiência de custódia deste domingo e a análise da Primeira Turma do STF marcada para segunda-feira.
Fim da pressão no condomínio
Localizado no Jardim Botânico, o Solar de Brasília fica a cerca de 10 km do Congresso Nacional. A casa ocupada por Bolsonaro é alugada e paga pelo PL, e os moradores esperam que, com sua saída, a rotina finalmente volte ao normal.
