Bolsonaro se recusa a comer marmita da prisão e coube ao cunhado não deixar o ex-presidente com fome

Eduardo Torres levou alimentos e medicamentos para o ex-mandatário, que recusa refeições oferecidas pela instituição em Brasília.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu, na manhã desta segunda-feira (24), a visita de seu cunhado, Eduardo Torres, na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. O irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro chegou ao local portando uma caixa com suprimentos para o antigo chefe do Executivo, que cumpre prisão preventiva desde o último sábado.

A entrega dos itens ocorre em meio à recusa de Bolsonaro em consumir a alimentação padrão fornecida pela instituição, optando exclusivamente por refeições trazidas por familiares e assessores diretos.

Eduardo Torres chegou à sede da corporação por volta das 8h, carregando o recipiente que, segundo apurações locais, continha medicamentos e alimentos específicos para a dieta do ex-presidente. O ambiente no entorno do prédio da Polícia Federal permaneceu tranquilo durante o início do dia, sem o registro de aglomerações ou a presença de apoiadores do ex-mandatário, contrastando com episódios anteriores de mobilização política na capital federal.

Maioria no Supremo para manutenção da custódia

Enquanto a visita ocorria, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal formou maioria para manter a medida cautelar contra o político. A decisão ratifica a determinação monocrática do ministro Alexandre de Moraes, motivada pela violação do monitoramento eletrônico.

Conforme registrado na ata da audiência de custódia realizada anteriormente, o ex-presidente admitiu a tentativa de romper o equipamento e justificou o ato às autoridades alegando ter sofrido uma “alucinação” no momento da ação.

No dia anterior, domingo, Bolsonaro já havia recebido a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que permaneceu no local entre 15h e 17h após obter autorização judicial. A rotina alimentar do detido tem seguido rigorosamente as recomendações médicas, baseada em um cardápio com baixo teor de gordura, sendo esta a razão principal para a entrada controlada de mantimentos externos entregues por sua equipe e parentes próximos durante o período de detenção.

Detalhes sobre o dano ao equipamento de monitoramento

As investigações apontam que o dano à tornozeleira eletrônica foi causado pelo uso de solda, fato que teria sido admitido pelo próprio político. Diante das evidências técnicas apresentadas e do comportamento do investigado, o ministro Alexandre de Moraes sustentou em seu voto que “Bolsonaro violou dolosa e conscientemente” as restrições impostas, o que fundamentou a necessidade da prisão preventiva para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.