Mesmo condenado e cumprindo pena em regime inicial fechado, Jair Bolsonaro continuará recebendo três remunerações que, juntas, somam R$ 88,3 mil mensais. O ex-presidente recebe aposentadorias militares e parlamentares, além de salário pago pelo Partido Liberal (PL), onde ocupa o cargo de presidente de honra. Os valores permanecem inalterados até que alguma das instituições revise oficialmente os benefícios.
Como capitão reformado do Exército, Bolsonaro recebe R$ 12.861,61. Ele também figura na folha de pagamento dos parlamentares aposentados da Câmara dos Deputados, com rendimento bruto de R$ 41.563,98. O terceiro pagamento vem do PL, que deposita R$ 33.873,67 mensais.
Salário como presidente do PL continua a ser pago
Documentos internos revelam que Valdemar da Costa Neto chegou a consultar a assessoria jurídica do partido sobre a manutenção do salário. “A continuidade dos pagamentos estava autorizada”, confirmou o parecer, segundo apuração da coluna.
Nos bastidores, integrantes do PL evitam comentar se o pagamento será mantido após a prisão em regime fechado. A legenda não respondeu oficialmente aos questionamentos. As remunerações são acumuladas porque cada vínculo se baseia em legislações diferentes, e nenhuma delas prevê suspensão automática em caso de condenação sem trânsito administrativo correspondente.
Bolsonaro tem regalias na condição de ex-presidente
Além dos salários e aposentadorias, Bolsonaro tem direito a uma estrutura custeada pela União, que inclui oito assessores e veículos oficiais. Entre salários, gratificações, viagens e manutenção da equipe, os gastos já ultrapassaram R$ 7,6 milhões desde 2023. Relatórios mostram que, somente entre janeiro e novembro de 2025, as despesas chegaram a R$ 994,5 mil — o menor valor desde que ele deixou o Palácio do Planalto.
Entre 2023 e 2024, esse total foi ainda maior: R$ 1,95 milhão em 2023 e R$ 1,79 milhão em 2024. O conjunto de despesas inclui passagens aéreas, diárias, combustível, manutenção de veículos e todos os custos da equipe pessoal. Mesmo preso, Bolsonaro continuará, por lei, com esse aparato, a menos que o Congresso altere a legislação que rege privilégios de ex-presidentes.
