A cidade de Santo Antônio da Platina, no norte do Paraná, viveu uma tragédia familiar que chamou atenção pela sequência de acontecimentos. João Gonçalves, de 55 anos, morreu de infarto fulminante no domingo (23) enquanto visitava o enteado, Vitor da Silva, de 16 anos, que estava internado em estado grave devido a complicações causadas pelo uso de cigarros eletrônicos. Vitor morreu no dia seguinte, segunda-feira (24), após sofrer parada cardiorrespiratória.
Segundo a mãe do adolescente, Angélica da Silva, Vitor procurou atendimento ainda no sábado (22) após apresentar vômitos e dor de garganta. Na primeira avaliação, os médicos identificaram falência renal e infecção pulmonar, determinando a transferência imediata para a UTI. Foi nesse momento que o jovem revelou que vinha utilizando cigarros eletrônicos há dois meses. “O médico falou que esse machucado que ele estava na garganta foi o cigarro eletrônico, que conforme você vai fumando, ele vai machucando”, contou Angélica.
Padrasto sofreu infarto fulminante no hospital
Em desespero, a mãe ligou para o companheiro, pedindo que ele fosse ao hospital. João chegou no domingo (23), mas não conseguiu sequer entrar na UTI antes de passar mal. Ele sofreu um infarto fulminante ainda na recepção, segundo o relato de Angélica, que presenciou a movimentação dos profissionais ao tentar entender o que estava acontecendo.
O velório de João ocorreu na segunda-feira (24). Quando Angélica retornou ao hospital para acompanhar o filho, foi informada que Vitor estava em parada cardiorrespiratória. Ele não resistiu. A certidão de óbito do adolescente, divulgada na quinta-feira (27), registrou sepse pulmonar e insuficiência respiratória aguda associada ao uso de cigarro eletrônico.
Relação de padrasto e enteado era próxima
A mãe relatou que os dois tinham uma relação muito próxima. “A maior dor que existe no mundo é você enterrar um filho”, disse Angélica. Ela também destacou que o marido, que era pastor, sempre cuidou de Vitor e o considerava como filho. A tragédia reabriu o debate sobre os riscos do cigarro eletrônico, especialmente entre adolescentes.
