A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou a prisão preventiva de uma jovem de 19 anos, identificada como Rebeca Tavares Almeida, acusada de tentar tirar a vida da própria mãe no município de São Gonçalo.
A detenção ocorreu em uma residência no bairro Raul Veiga, apenas um dia antes do aniversário da suspeita. A operação policial tinha como objetivo capturar também o pai da jovem, Marcos Almeida da Silva, apontado pelas investigações como coautor do planejamento e execução do crime.
No entanto, o homem conseguiu escapar durante a ação e permanece na condição de foragido da Justiça. Segundo as autoridades, pai e filha agiram em conjunto utilizando uma substância tóxica letal.
As apurações indicam que a vítima sofreu duas tentativas de envenenamento em um curto intervalo de tempo. A primeira investida ocorreu no dia 12 de outubro, quando os suspeitos teriam misturado o composto químico em um cachorro-quente oferecido à mulher.
Ela necessitou de hospitalização imediata, mas recebeu alta após o atendimento. Insatisfeitos com o resultado, pai e filha realizaram uma nova tentativa no dia 19 de outubro. Nesta ocasião, o material tóxico foi inserido dentro da cápsula de um medicamento utilizado pela vítima. A mulher ingeriu o remédio adulterado e precisou ser internada novamente em uma unidade de saúde, conseguindo sobreviver a ambas as situações de risco.
Evidências digitais e contradições no inquérito
O caso começou a ser desvendado após a própria filha relatar que a mãe estava internada por ter ingerido um remédio contendo veneno. Inicialmente, Rebeca tentou incriminar apenas Marcos, alegando ter tomado conhecimento do ato pelo próprio pai. Entretanto, a perícia técnica realizada nos dispositivos da jovem contradisse essa versão.
Os investigadores encontraram históricos de pesquisas sobre tipos de substâncias nocivas, seus efeitos no organismo e buscas sobre a perda de direitos sucessórios em casos de envolvimento na morte de familiares. Além disso, ficou comprovado que ela executou tarefas essenciais, como transações bancárias, para auxiliar na movimentação financeira do pai e viabilizar o plano.
A frieza do planejamento foi reforçada por outro detalhe descoberto pela polícia: a dupla teria realizado um teste prévio da eficácia do veneno em animais. De acordo com o inquérito, eles ofereceram a substância tóxica letal para galinhas em um quintal próximo para confirmar a letalidade do produto.
As aves faleceram logo após a ingestão, o que teria validado o método para ser aplicado contra a mulher. A investigação concluiu que a jovem agiu totalmente alinhada ao genitor na intenção de causar o falecimento da mãe, demonstrando indignação quando o objetivo não foi alcançado nas primeiras tentativas.
Interesse em seguro e situação dos envolvidos
A principal motivação apontada pela polícia para o crime seria financeira. A vítima havia contratado uma apólice de seguro de vida, na qual Rebeca e seu irmão mais novo constavam como beneficiários.
Até o momento, não há indícios de que o outro filho tivesse qualquer conhecimento sobre o plano elaborado pelo pai e pela irmã.