A paz de um domingo à tarde no bairro Cidade Alta, em Cuiabá, foi interrompida no final do dia por uma atividade incomum e alarmante. Moradores, que estavam em suas casas, notaram uma intensa movimentação sobre os telhados de uma residência. Logo identificaram um homem tentando se deslocar por cima das construções, o que gerava grande barulho e destruição de telhas. A tensão rapidamente tomou conta da rua. Vizinhos começaram a sair para a calçada, buscando compreender a situação e se mobilizar para evitar que o suspeito continuasse sua fuga por outras propriedades.
A investigadora da Polícia Civil de Mato Grosso, Glaucia Cristina Moura Alt, de 49 anos, notou o que estava acontecendo em sua vizinhança e decidiu agir. Ao se deparar com o indivíduo sobre o telhado de sua residência, ela reagiu rapidamente, sacando sua arma e gritando em alto e bom som a ordem: “Desce agora!”. Toda a ação foi gravada em vídeo por moradores próximos. O suspeito demonstrou hesitação frente à ordem, mas, vendo-se cercado pelas pessoas que bloqueavam a rua, finalmente pulou do telhado, sendo então imobilizado até a chegada da Polícia Militar.
Decisão judicial e antecedentes
O homem identificado pela Polícia Militar como Aureo Ramos Machado, de 33 anos, foi detido. Conforme o relato dos policiais, ele havia estacionado um veículo Ford Fiesta de cor prata perto do ginásio Aecim Tocantins, a pouca distância do local onde o fato ocorreu. Aureo foi primeiramente levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão para receber cuidados médicos, pois tinha um corte no queixo que, presumivelmente, resultou de sua queda. Depois do atendimento, ele foi encaminhado à Central de Flagrantes, onde acabou autuado pelos crimes de tentativa de furto, violação de domicílio e dano ao patrimônio.
Punibilidade foi extinta
Em outro caso, a punibilidade de Glaucia Cristina Moura Alt foi extinta por reconhecimento de prescrição retroativa. Glaucia, que participou de investigações notáveis, como a Operação Abadom, enfrentava acusações de associação para o tráfico e corrupção passiva, que haviam sido anuladas em um momento anterior.
O juiz Wladymir Perri, da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, proferiu a decisão recente. Ele considerou que decorreram mais de dez anos entre o recebimento da denúncia, em 2014, e a sentença proferida em 2024, tempo suficiente para configurar a prescrição.