O sepultamento de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como Vaqueirinho, ocorreu na última segunda-feira (1) em João Pessoa, marcado por forte comoção. Dos familiares, apenas a mãe, Maria da Penha, e uma prima estiveram presentes, mas foi uma amiga de infância do jovem que acabou chamando atenção ao desabar emocionalmente durante a despedida.
Inconformada com a tragédia, ela lamentou a perda e relembrou a ligação que mantinha com Gerson desde a infância. Abalada ela falou sobre o amigo ao dar o último adeus.
A morte do Vaqueirinho após invadir jaula de leoa
O enterro de Gerson foi custeado pela prefeitura, já que o jovem vivia em situação de vulnerabilidade. Vaqueirinho morreu no último domingo (30) após invadir a jaula de uma leoa em um zoológico da capital paraibana, episódio que ganhou repercussão nacional. O rapaz sonhava em viajar para a África para domar leões, segundo pessoas próximas, mas teve a vida interrompida de maneira brutal.
De acordo com o laudo inicial do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi choque hemorrágico provocado pelo perfuramento de vasos cervicais após a mordida do animal. A leoa atingiu artérias e veias no pescoço da vítima, mas não chegou a comer parte do corpo. Exames toxicológicos e de identificação técnica também foram realizados e devem ter os resultados divulgados nos próximos dias.
Gerson vivia drama familiar e tinha problemas psicológicos
A morte de Gerson evidenciou uma trajetória marcada por abandono e vulnerabilidade extrema. A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem por oito anos, relatou que ele cresceu sem apoio adequado, enfrentando transtornos mentais não tratados e vivendo em condições severas de pobreza. “Foi uma criança que sofreu todo tipo de violação de direito”, afirmou, destacando um histórico familiar profundamente comprometido por problemas de saúde mental e falta de estrutura.
