A defesa da médica Juliana Brasil sustenta que a prescrição de adrenalina intravenosa registrada no prontuário do menino Benício Xavier, de 6 anos, foi resultado de uma falha no sistema do Hospital Santa Júlia, e não um erro direto da profissional. A argumentação foi apresentada após a morte da criança, ocorrida na madrugada de sábado (23), e reacende o debate sobre segurança digital em unidades de saúde.
De acordo com os advogados, a plataforma de prescrição utilizada pelo hospital apresentava instabilidade no momento do atendimento. Eles afirmam que Juliana teria registrado a via inalatória, mas o sistema teria alterado automaticamente para a intravenosa. O grupo apresentou um vídeo demonstrando a navegação na interface, alegando que o software pode modificar itens sem intervenção do usuário.
Defesa da médica se manifestou
O hospital informou que não comentará o caso. Enquanto isso, a defesa reforça que outras situações semelhantes já teriam sido relatadas por profissionais. Depois de concluir a exibição da demonstração, o advogado Felipe Braga declarou. “Se a prescrição fosse escrita à mão, isso não teria acontecido”, disse à imprensa.
Linhas de investigação
O delegado Marcelo Martins, do 24º Distrito Integrado de Polícia, confirmou que a hipótese de falha no sistema está entre as linhas de investigação. A Polícia Civil e o Ministério Público do Amazonas acompanham o caso e avaliam documentos, depoimentos e dados técnicos da unidade de saúde. Por se tratar de investigação em andamento, detalhes adicionais permanecem sob sigilo.
Benício morreu após receber a dose incorreta do medicamento, episódio que gerou grande comoção e indignação nas redes sociais. A médica assumiu o erro em documento enviado à polícia, mas afirma que a falha técnica contribuiu diretamente para o desfecho trágico. O caso segue sob análise das autoridades, que deverão determinar se houve negligência humana, erro sistêmico ou uma combinação dos dois fatores.
