Após crise estourar na família, Bolsonaro escolhe o filho e Michelle reage: ‘para o bem da…’

Ex-primeira-dama utilizou as redes sociais para desejar sabedoria ao enteado após partido confirmar nome do senador para a disputa presidencial.

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A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro manifestou publicamente seu apoio ao senador Flávio Bolsonaro na tarde desta sexta-feira, 5 de dezembro, endossando seu nome na corrida presidencial de 2026.

A manifestação ocorreu por meio de uma publicação em seu perfil no Instagram, onde ela compartilhou a nota oficial do Partido Liberal (PL) que confirmou a escolha do primogênito do ex-presidente Jair Bolsonaro como candidato do partido nas eleições do próximo ano. Na mensagem divulgada aos seguidores, Michelle pediu bênçãos ao enteado “nesta nova missão pelo nosso amado Brasil”.

O texto divulgado pela presidente do PL Mulher busca demonstrar unidade familiar e política, invocando proteção divina para a trajetória do senador no cenário nacional. Em suas palavras dirigidas a Flávio, ela escreveu: “Que o Senhor te dê sabedoria, força e graça em cada passo, e que a mão d’Ele conduza o teu caminho para o bem da nossa nação”. A decisão de lançar Flávio como sucessor político partiu do próprio Jair Bolsonaro, conforme comunicado pela sigla partidária, posicionando o parlamentar como a principal aposta da direita para o próximo ciclo eleitoral.

Divergências recentes no partido

O gesto de apoio ocorre poucos dias após episódios de tensão entre a ex-primeira-dama e os filhos de Jair Bolsonaro, motivados por articulações políticas no estado do Ceará. O desentendimento tornou-se público quando Michelle criticou uma possível aliança com Ciro Gomes (PSDB), afirmando que aliados haviam se precipitado na condução das tratativas.

A postura gerou reações imediatas, com Flávio Bolsonaro classificando a atitude da madrasta em relação ao deputado André Fernandes (PL-CE) como “autoritária e constrangedora”. Segundo o senador, Fernandes seria a maior liderança local e possuía autorização prévia para as negociações.

Em declarações à imprensa sobre o episódio, o senador detalhou sua insatisfação com a interferência de Michelle nas articulações regionais daquele momento. Ele argumentou que “A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”. A crise expôs momentaneamente divisões internas na legenda sobre as estratégias para as eleições estaduais e a formação de palanques regionais, exigindo intervenção para realinhar o discurso do partido.

Conciliação e alinhamento político

Apesar do atrito público registrado anteriormente, Flávio Bolsonaro afirmou posteriormente que houve um diálogo para apaziguar a situação e alinhar os interesses do grupo político. O parlamentar declarou que conversou longamente com a madrasta para esclarecer o cenário e definir os próximos passos. “Nós nos resolvemos e expliquei a ela que não havia nenhuma decisão tomada sobre palanques, nem no Ceará nem em nenhum outro estado”, disse o senador no dia 2. A publicação desta sexta-feira sinaliza uma tentativa de superação das desavenças recentes em prol da campanha presidencial que se avizinha.