A homenagem a Carlos Bolsonaro (PL) na Alesp, nesta sexta-feira, 5, transformou-se num evento carregado de emoção e tensão política. O vereador do Rio se comoveu ao rever imagens da facada em Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018 e desabafou diante do público. “Eu queria nomear um por um, mas minha cabeça está meio perdida”, afirmou, visivelmente abalado. Ele relatou as dificuldades enfrentadas pela família desde a prisão domiciliar do pai. “Eu vejo aqui centenas de pessoas emanando coisas boas para que eu possa levar até ele”, disse.
Carlos descreveu ainda a última visita ao ex-presidente. Ele disse que o pai está em uma salinha de quatro metros quadrados e que não pode sair nem para ver o corredor, pois uma chave tranca a porta, fato que ele afirmou ser uma grande desumanidade.
Crise interna e disputa por 2026
Apesar da comoção, Carlos não comentou o anúncio feito por Flávio Bolsonaro, que declarou ter sido escolhido para disputar a Presidência em 2026. O senador, que não participou da cerimônia, afirmou ao Metrópoles que tem o apoio da família e de Tarcísio de Freitas.
A noite também evidenciou ausências sentidas: Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe, e Eduardo Bolsonaro, que segue autoexilado nos EUA. Deputados aliados admitiram que a galeria não estava cheia, alegando dificuldades de acesso para apoiadores. Carlos e Mário Frias receberam o Colar de Honra ao Mérito Legislativo.
Protestos e tensão antes da homenagem
Antes do evento, cerca de 20 estudantes protestaram nos corredores da Alesp contra uma possível anistia a Bolsonaro. Sob gritos de ordem, foram separados por uma porta de vidro; cartazes críticos ao ex-presidente chegaram a ser rasgados por participantes do evento.
