Salário mínimo no Brasil era para ser de R$ 7 mil, mas valor de 2026 será bem menor

Salário mínimo terá aumento de R$ 103 para 2026, mas valor está bem abaixo do que deveria ser.

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O novo salário mínimo de 2026 foi oficialmente confirmado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e ficará em R$ 1.621, muito distante do valor considerado ideal por estudos técnicos feitos ao longo dos últimos anos.

Embora represente um aumento de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518, o piso nacional segue longe do montante calculado pelo Dieese, que estima que o mínimo necessário para garantir uma vida digna a uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.067,18. Essa diferença evidencia um descompasso histórico entre o rendimento básico e o custo real de vida no país.

Reajuste do salário mínimo em 2026

O reajuste do salário mínimo para o próximo ano será de 6,79%, aplicado a partir de janeiro. A fórmula utilizada soma a inflação acumulada até novembro pelo INPC, que ficou em 4,4%, e o crescimento real do PIB de 2024. No entanto, uma lei aprovada no fim do ano passado limita o aumento real a 2,5%, mesmo que o PIB tenha avançado mais. Com isso, o reajuste poderia ser maior, mas foi restringido para não ultrapassar o teto estabelecido pelo novo arcabouço fiscal.

Mudança do valor do salário mínimo afeta trabalhadores

O salário mínimo serve como referência direta para 59,9 milhões de brasileiros, entre trabalhadores formais, beneficiários do INSS e pessoas que recebem o BPC. Além de impactar diretamente o orçamento dessas famílias, o valor também influencia o salário médio nacional e exerce efeito indireto sobre o consumo.

Especialistas afirmam que, quando o mínimo sobe, movimenta-se mais a economia — mas esse impulso vem acompanhado de um aumento proporcional nos gastos públicos. De acordo com estimativas do governo, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera uma despesa extra de cerca de R$ 420 milhões.

Salário mínimo deveria estar com valor superior a R$ 7 mil

Com a elevação de R$ 103 prevista para 2026, o impacto nas contas públicas chegará a aproximadamente R$ 43,2 bilhões apenas no próximo ano. Economistas alertam que, com esse aumento de custos obrigatórios, o governo terá menos espaço para investimentos em áreas como saúde, infraestrutura, educação e programas sociais.

Enquanto isso, o estudo do Dieese reforça uma realidade sensível: o salário mínimo oficial está muito aquém das necessidades reais de uma família brasileira. O valor calculado pelo instituto — mais de R$ 7 mil — considera despesas essenciais como alimentação, moradia, saúde, transporte e educação.