Mulher achava que estava infartando, mas médicos descobrem endometriose no coração

Franciele Drummond conviveu com dores por 26 anos antes de diagnóstico de endometriose torácica.

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Franciele Renata Drummond, de 41 anos, foi submetida a um procedimento cirúrgico complexo para a remoção de um foco de endometriose localizado no pericárdio, membrana que envolve o coração. A intervenção ocorreu no final do mês de outubro, no Hospital Vila Nova Star, localizado em São Paulo. O caso é classificado clinicamente como endometriose torácica, uma manifestação rara da doença onde o tecido semelhante ao endométrio cresce fora da cavidade uterina e dos órgãos pélvicos, atingindo outras partes do corpo.

Durante 26 anos, a paciente conviveu com sintomas intensos que eram frequentemente confundidos com problemas cardiológicos ou quadros de tensão emocional. As dores, que se manifestavam principalmente no período noturno ao se deitar, incluíam sensações de queimação nas costelas e aceleração dos batimentos cardíacos. Franciele relata que, devido à normalidade apresentada nos exames cardiológicos convencionais realizados ao longo das décadas, chegou a ter suas queixas físicas desacreditadas por profissionais de saúde.

Relato sobre os sintomas e diagnóstico

A correlação cíclica entre as dores no peito e o período menstrual foi o fator determinante para a investigação clínica que resultou no diagnóstico correto por meio de exames de imagem. Ao descrever a experiência prolongada com a enfermidade, Franciele detalhou o sofrimento físico e a busca por respostas: “Era uma sensação de inflamação nas costelas, uma queimação que às vezes latejava. O coração acelerava, eu sentia uma taquicardia que me fazia pensar que estava tendo um infarto. Cheguei a ouvir que era coisa da minha cabeça, porque todos os exames cardíacos davam normais”.

Para realizar a retirada da lesão em uma área tão sensível, a equipe médica optou pela cirurgia robótica. A tecnologia foi escolhida por permitir movimentos de alta precisão, fatores considerados essenciais para garantir a segurança do procedimento. A abordagem minimamente invasiva visou preservar as estruturas vitais adjacentes enquanto eliminava o tecido endometrial alojado na região torácica da paciente.

Recuperação

O procedimento foi considerado bem-sucedido pelos especialistas, resultando em uma recuperação favorável para a paciente, que não necessitou de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e recebeu alta poucos dias depois. O desfecho trouxe tranquilidade para Franciele após a longa jornada médica em busca da identificação do problema.