O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem a intenção de se desligar do comando da pasta no próximo ano para se dedicar à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi confirmada nesta terça-feira, 16, por interlocutores próximos ao chefe da equipe econômica em Brasília.
Embora a decisão de atuar na estratégia eleitoral esteja encaminhada, o momento exato da oficialização da saída ainda não foi definido pelo governo federal, mantendo-se as atividades normais do ministério por enquanto.
Relatos iniciais apontam que a transição poderá ocorrer no mês de fevereiro. A jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, antecipou a notícia sobre a mudança, que posteriormente foi corroborada pela reportagem junto a fontes ligadas ao ministro. A movimentação política visa fortalecer a estrutura de apoio ao atual mandatário no pleito vindouro, permitindo que Haddad foque exclusivamente na articulação política e na coordenação necessária para a disputa presidencial, deixando a gestão diária da economia.
Declarações sobre permanência no cargo
Em declarações anteriores concedidas em novembro, o ministro já havia sinalizado que sua missão principal à frente da pasta estava concluída. Naquela oportunidade, ele destacou estar satisfeito com o trabalho realizado e enfatizou que já havia entregado ao presidente Lula “tudo o que lhe foi encomendado”. Sobre a continuidade de sua gestão, ele manteve um tom de incerteza ao declarar publicamente: “Não sei se tenho pretensão de continuar na Fazenda”.
Diferentemente de outros agentes políticos que precisam se desincompatibilizar de funções públicas até abril para concorrer a cargos eletivos, Haddad indicou que não pretende disputar vagas para o Senado ou para o governo de São Paulo. Dessa forma, sua saída do ministério não estaria atrelada aos prazos legais obrigatórios para candidatos, mas sim a uma estratégia de organização interna para o período eleitoral, liberando-o de funções administrativas para atuar nos bastidores da campanha.
Provável sucessor na equipe econômica
Nos bastidores de Brasília, a expectativa recai sobre o atual secretário-executivo, Dario Durigan, como o nome mais provável para assumir a liderança do Ministério da Fazenda. Embora nenhuma definição oficial tenha sido anunciada até o momento, Durigan conta com o respaldo de outros integrantes da equipe econômica e possui trânsito inclusive fora da pasta. A escolha pelo atual número dois do ministério indicaria uma intenção de manter a continuidade da política econômica vigente após a eventual saída do titular.