A divulgação da mais recente pesquisa Quaest nesta terça-feira, 16, provocou uma reação imediata no círculo político de Jair Bolsonaro. Entre aliados e dirigentes do PL, o sentimento predominante foi de surpresa acompanhada de alívio. O motivo central está no desempenho de Flávio Bolsonaro em um cenário de segundo turno contra o presidente Lula, algo que, até então, era tratado como hipótese distante dentro do próprio bolsonarismo.
No confronto direto, Lula aparece com 46% das intenções de voto, enquanto Flávio registra 36%. Embora a diferença de dez pontos ainda seja confortável para o atual presidente, o dado foi recebido como um divisor de águas.
Flávio supera Tarcísio e muda a lógica da sucessão
O impacto maior, porém, veio da comparação interna. No mesmo levantamento, Lula soma 45% contra 35% do governador paulista Tarcísio de Freitas, até agora considerado o nome mais competitivo da direita. O desempenho numericamente superior de Flávio reorganizou o debate sobre sucessão e acendeu alertas entre defensores de uma alternativa fora do núcleo bolsonarista.
Entre aliados do senador, a leitura é clara: os números reforçam o discurso de Tarcísio de que sua prioridade é a reeleição em São Paulo. Dirigentes do PL avaliam que a pesquisa altera o clima psicológico da pré-campanha, transformando o projeto de Flávio, antes visto como movimento defensivo após a prisão de Jair Bolsonaro, em uma aposta com viabilidade real.
A pesquisa também oferece algo que faltava ao senador: lastro político para sustentar publicamente sua pré-candidatura. Um dirigente do partido definiu o levantamento como um verdadeiro sinal verde para que Flávio intensifique agendas, amplie exposição e dispute espaço com outros nomes da direita.
Bolsonaro fortalecido nas negociações com centrão e empresários
Nos bastidores, aliados avaliam que o novo cenário fortalece a posição da família Bolsonaro diante do centrão e de setores do empresariado que defendiam uma candidatura alternativa. Com Flávio ganhando tração, o bolsonarismo volta ao centro das negociações e reduz o espaço para projetos fora do seu núcleo político.
