Jovem morto por leoa deixou carta de Natal emocionante e revelou desejos: ‘felicidade que nunca tive’

Gerson de Melo Machado tinha 30 anos e foi atacado após pular muro de parque em João Pessoa.

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A morte de Gerson de Melo Machado, aos 19 anos, trouxe à tona uma história marcada por abandono e sonhos interrompidos. Conhecido como Vaqueirinho, o jovem morreu no dia 30 de novembro após entrar no recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa, depois de escalar um muro de cerca de seis metros.

Dias após o episódio, uma carta escrita por ele anos antes voltou a circular nas redes sociais e comoveu o público. O texto, redigido no período natalino e intitulado Desejo do Coração, foi divulgado por Verônica Oliveira, conselheira tutelar que acompanhou Gerson por anos.

Jovem que morreu atacado por leoa deixou carta com seus desejos

Endereçada a uma professora do Centro Educacional do Adolescente, a carta revela desejos simples e afetivos, como a esperança de reencontrar a mãe e construir um futuro por meio do trabalho. Diagnosticado com esquizofrenia, Gerson teve uma trajetória marcada por passagens interrompidas por instituições de acolhimento.

Na mensagem, o jovem expressa a expectativa de experimentar sentimentos que nunca havia vivido. “Eu queria ter uma felicidade que nunca tive, mas, como Deus é maior, um dia eu vou ter. Eu queria ter (uma) visita da minha mãe para ter carinho e amor”, escreveu. 

Gerson também compartilhou sonhos profissionais. Apaixonado por animais, manifestou o desejo de atuar em áreas ligadas à proteção ambiental e ao cuidado com a fauna. “Desejo um emprego de polícia florestal ou veterinário”, registrou. Segundo a conselheira tutelar, ele se identificava com essas profissões por enxergar nelas uma forma de ajudar e proteger.

Conselheira fala sobre o que Gerson escreveu em carta

Na mesma carta, o jovem agradeceu à professora e ao período em que esteve no Centro Educacional do Adolescente, destacando que, apesar da privação de liberdade, recebeu orientações e apoio. Para Verônica Oliveira, os pedidos feitos por Gerson revelam a dimensão humana de sua história. “Gerson não desejou nada material, não desejou nada impossível, mas parece que a vida dele foi feita de impossibilidades”, declarou Verônica .