Esposa do homem que morreu engasgado com melancia comove com desabafo: ‘Uma família está incompleta’

Carlos Cerasomma faleceu após se engasgar durante atividade recreativa; família cita falta de equipamentos e preparo da equipe local.

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Carlos Cerasomma, de 37 anos, faleceu após sofrer uma parada cardiorrespiratória decorrente de um engasgo com um pedaço de melancia no resort São Pedro Thermas, localizado no interior de São Paulo. O incidente ocorreu durante uma atividade recreativa promovida pelo estabelecimento na quinta-feira (11).

A esposa da vítima, Kimberly dos Santos, aponta falhas graves no atendimento prestado pela equipe do local, alegando que houve negligência e falta de preparo técnico para lidar com a emergência médica que resultou no falecimento do vendedor, que passava férias com a família.

De acordo com o relato da viúva, o casal estava na área da piscina quando Carlos decidiu participar de uma competição organizada pelos recreadores, que consistia em ingerir a fruta o mais rápido possível, sem utilizar as mãos, com o alimento apoiado sobre uma mesa.

Logo após o início da disputa, o hóspede se engasgou. Kimberly tentou realizar manobras para desobstruir as vias aéreas do marido, mas relata ter sido afastada por pessoas presentes. Segundo ela, a assistência inicial foi prestada majoritariamente por outros hóspedes, incluindo uma médica que estava no local a lazer, enquanto a equipe do resort demonstrava dificuldades em gerenciar a situação.

Falta de equipamentos e demora no socorro especializado

A viúva afirma que a equipe de funcionários parecia “totalmente despreparada” para a ocorrência e que foi informada por um colaborador sobre a inexistência de um desfibrilador no ambiente da piscina. O Corpo de Bombeiros levou cerca de 30 minutos para chegar ao local.

A certidão de óbito apontou asfixia mecânica por sufocação direta como a causa do falecimento, contradizendo a versão inicial sugerida pelo resort de que a vítima teria sofrido um mal súbito. O documento oficial confirma a obstrução das vias aéreas pelo alimento, o que impediu a passagem de ar para os pulmões.

A família, composta pelo casal, dois filhos pequenos e outros parentes, estava hospedada no local desde o dia 7 de dezembro e planejava partir no dia 14. Kimberly ressaltou que a participação do marido na dinâmica não foi motivada pela premiação, que consistia apenas em uma porção de batatas.

O estabelecimento emitiu uma nota declarando que prestou os primeiros socorros e ofereceu suporte contínuo aos familiares, mas a viúva contesta essa versão e busca reparação, enfatizando que o marido era o principal provedor financeiro da casa e que não tem recebido auxílio do empreendimento.

Busca por responsabilização judicial e impacto familiar

Diante do ocorrido, a família pretende processar o resort para evitar que situações semelhantes aconteçam com outros hóspedes. Kimberly destaca a dedicação do marido à família: “O Carlos sempre visou não deixar faltar nada para os filhos e lutava todos os dias para isso”.

Ela reforça que a responsabilidade recai sobre a estrutura e os protocolos de segurança do estabelecimento. “Uma família está incompleta. Deixo claro que não culpo nenhum ser humano pela morte do meu marido. Os hóspedes foram empenhados nos primeiros socorros, mas culpo, sim, o resort. Um espaço daquele porte e padrão não preparou uma equipe e não tinha insumos básicos para os primeiros socorros”, concluiu.