A Polícia Federal encaminhou ao Supremo Tribunal Federal um laudo médico recomendando que o ex-presidente Jair Bolsonaro passe por uma cirurgia de hérnia inguinal bilateral. O documento foi enviado na tarde de sexta-feira (19) ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que agora avalia o pedido da defesa do ex-chefe do Executivo relacionado ao seu estado de saúde e às condições de cumprimento da pena.
A perícia foi realizada por médicos da própria PF, que estiveram com Bolsonaro em sua cela para avaliar a situação clínica. No laudo, os profissionais apontaram que o problema exige intervenção cirúrgica em caráter eletivo e destacaram a necessidade de que o procedimento seja realizado o quanto antes. “Diante do exposto, essa Junta Médica pericial conclui que o periciado Jair Messias Bolsonaro é portador de hérnia inguinal bilateral que necessita reparo cirúrgico em caráter eletivo”, diz o documento.
Avaliação médica em Bolsonaro
A avaliação médica foi solicitada por determinação de Alexandre de Moraes, que decidiu ouvir o parecer técnico da corporação antes de se posicionar sobre o pedido apresentado pelos advogados do ex-presidente. A defesa sustenta que Bolsonaro enfrenta complicações decorrentes do atentado a faca sofrido em 2018 e afirma que a cirurgia exigiria um período de internação de aproximadamente cinco dias, além de cuidados posteriores.
No pedido encaminhado ao STF, os advogados indicaram que o procedimento poderia ser realizado no hospital DF Star, em Brasília, unidade privada onde Bolsonaro costuma ser atendido. Com base no quadro clínico, a defesa também voltou a solicitar a concessão de prisão domiciliar, alegando que o estado de saúde do ex-presidente não seria compatível com a permanência no sistema prisional.
Bolsonaro cumpre pena de 27 anos
Bolsonaro cumpre atualmente pena de 27 anos e está detido na sede da Polícia Federal. A prisão foi determinada após o ex-presidente descumprir medidas cautelares impostas pela Justiça, incluindo o episódio em que utilizou um ferro de soldar para danificar sua tornozeleira eletrônica quando estava em regime domiciliar. A decisão final sobre a cirurgia e eventuais mudanças no regime de cumprimento da pena caberá agora ao ministro Alexandre de Moraes.
