O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) optou por cancelar a entrevista que concederia ao portal Metrópoles, programada para esta terça-feira (23). O antigo chefe do Executivo condicionou a decisão por questões de saúde. O veículo, inclusive, publicou uma foto de uma folha onde o principal nome da direita comunica a situação de forma manuscrita.
A entrevista em questão seria a primeira desde que Bolsonaro foi preso, no dia 22 de novembro. O ex-governante contava com a liberação do ministro Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal. Uma equipe do portal iria à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, mas a decisão do ex-presidente provocou mudanças de planos.
“Informo que não concederei entrevista nesta data, por questões de saúde”, disse Bolsonaro, em nota manuscrita que foi encaminhada ao portal horas antes do encontro acontecer na capital federal.
Liberação para cirurgia
Nesta terça-feira (23), Alexandre de Moraes deu parecer positivo para que Jair Bolsonaro seja internado e realize o procedimento cirúrgico de hérnia inguinal no Hospital DF Star . Depois da sinalização positiva da Procuradoria Geral da República (PGR), o ministro autorizou que o ex-presidente seja conduzido até à unidade de saúde amanhã, e realize a cirurgia no dia seguinte.
A decisão ainda determina que a Polícia Federal fique encarregada de garantir 24h por dia toda a vigilância do ex-presidente. No mínimo, dois agentes policiais ficarão responsáveis por ficar na segurança do quarto onde Bolsonaro for internado.
Crise de soluços
Detido desde o final de novembro, Jair Bolsonaro tem apresentado crises de soluço na sede da Polícia Federal. O ex-governante viu o problema se intensificar nos últimos meses e teve situação explicitada pelos filhos, que expuseram o quadro após visitas ao pai na prisão. Estima-se que, em um quadro mais intenso, Bolsonaro costuma soluçar até 40 vezes por minuto.
Na última semana, ele passou por uma perícia médica, onde ficou constatada a necessidade de cirurgia o mais breve possível. Os soluços são responsáveis por desencadear uma pressão na parede do intestino, provocando a formação de hérnia. Junto com o pedido de realização de cirurgia, os advogados de defesa de Bolsonaro pediram que o ex-presidente passasse a cumprir pena em regime domiciliar, algo que foi rejeitado pelo STF.