A investigação do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) sobre a queda de um avião na Avenida das Hortênsias, no Centro de Gramado, completou um ano nesta segunda-feira (22). A aeronave, que tinha como destino Jundiaí (SP), era pilotada pelo empresário Luiz Cláudio Galeazzi e transportava nove familiares. Todos morreram no acidente.
Uma camareira da pousada atingida pelos destroços faleceu em março, após cerca de três meses internada no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Identificada como Lizabel de Moura Pereira, ela se tornou a 11ª vítima da tragédia.
Após um ano da queda de avião em Gramado, chegam novas informações sobre o acidente aéreo
Um ano após o acidente, a apuração ainda não chegou a uma conclusão sobre os fatores que provocaram a queda. O Cenipa informou que aproximadamente metade da investigação já foi concluída até o momento. Segundo o órgão, a coleta de dados sobre os componentes e sistemas da aeronave segue em andamento, assim como a análise de aspectos relacionados à operação, manutenção e eventuais reparos do avião.
Devido à complexidade do caso, foi formada uma equipe multidisciplinar composta por especialistas em fatores operacionais, como pilotos e mecânicos, fatores humanos, incluindo médicos e psicólogos, e fatores materiais, com engenheiros aeronáuticos e mecânicos.
A Polícia Civil também instaurou um inquérito, que corre paralelamente à investigação do Cenipa. De acordo com o delegado regional Gustavo Barcellos, a conclusão dos trabalhos depende do laudo final do órgão aeronáutico. Ele explicou que o motor da aeronave será enviado aos Estados Unidos, onde passará por abertura e análise técnica pela empresa responsável no mês de fevereiro. Após essa etapa e com os laudos definitivos do Cenipa, a investigação deverá ser encerrada.
Relatório preliminar apontou possíveis causas do acidente aéreo em Gramado
Em janeiro deste ano, um relatório preliminar do Cenipa apontou duas hipóteses principais para o acidente. A primeira foi classificada como voo controlado contra o terreno, situação em que a aeronave, mesmo sob controle do piloto e com sistemas em funcionamento, acaba colidindo com o solo, água ou obstáculos, geralmente por falha na percepção da posição em relação ao terreno. A segunda hipótese levantada foi a perda de controle em voo, caracterizada por uma mudança extrema e inesperada na trajetória da aeronave.
Segundo o engenheiro especialista em risco e segurança Gerardo Portela, a intensa cerração registrada na região no momento do acidente foi determinante para a ocorrência da tragédia.
